sábado, 21 de março de 2009

Justiça britânica decide por não conceder o direito de prolongar vida

da Efe, em Londres

Os pais de uma criança de nove meses, vítima de um estranho transtorno metabólico que afetou gravemente seu cérebro e causa problemas respiratórios, perderam uma disputa nos tribunais do Reino Unido para prolongar a vida de seu filho.

O casal britânico perdeu o recurso contra o veredicto dado na quinta-feira (19) por um juiz segundo o qual o melhor a ser feito pela criança seria tirar o sistema que a mantém viva, segundo informa neste sábado (21) a rede de TV local BBC.

Os pais se declararam "profundamente afligidos com a decisão judicial" e se mostraram convencidos de que valia a pena preservar a vida da criança.

"Estamos e seguiremos sempre convencidos de que, apesar dos gravíssimos problemas que sofre, sua vida é valiosa e vale a pena conservá-la o tempo que for possível e sempre que não lhe cause dor indevida", afirmaram os britânicos em comunicado.

Os pais destacaram as diferenças de opinião que têm com os médicos que tratam a criança.

"Eles acham que sua vida é insuportável e que sua incapacidade é tal que não faz sentido que siga vivo, mas nós, e algumas das enfermeiras, achamos que é capaz de ter prazer e que há momentos prolongados em que não sofre dor e está relaxado", conta o casal na nota.

Os pais reconheceram que os médicos decidiram pôr fim ao tratamento nas próximas 24 horas e que agora só querem aproveitar com seu único filho "o pouco tempo" de vida que lhe resta.

O hospital onde a criança é tratada chegou à conclusão de que ela sofria de dores intoleráveis por culpa do tratamento e que não tinha possibilidade alguma de recuperação.

Em Tempo:

A Justiça britânica está certa ao tomar essa decisão. Se a medicina já esgotou todos os seus recursos, não é justo prolongar o sofrimento de uma criança e submeter os seus pais a um sacrifício desnecessário. Os povos românticos e sentimentais vêem nessa decisão, algo desumano e inconcebível. Hoje em dia quando a medicina recomenda a eutanásia, é porque ela se encontra diante de um quadro irreversível, para o qual os recursos colocados a sua disposição são insuficientes. Nesses casos, manter uma pessoa viva, só serve para estudo. Em outras palavras: para servir como cobaia.

Nenhum comentário: