Salário da prefeita de Timon é uma indecência

Nenhuma pessoa sensata pode admitir como sendo justo, um prefeito em qualquer parte deste país, perceber um salário de 44 mil reais. Pode até ser legal, pois é uma Lei votada pela Câmara Municipal que permite essa aberração, mas não é moral, pois como todo mundo sabe o Poder Legislativo Municipal é tão imoral quanto o que de mais imoral existe neste país.

Os vereadores que votam uma Lei que garante ganhos tão exorbitantes a um chefe do Poder Executivo é o mesmo que vive a negociar cargos e outras vantagens com o prefeito. Qual o Poder Legislativo neste país que funciona realmente como um poder independente? Não existe nenhum município no Brasil onde o Poder Legislativo seja um poder de fato e de direito, porque a começar pela eleição do presidente da Câmara Municipal, a coisa se dá de modo a que ganhe a eleição para a presidência do Poder Legislativo Municipal o candidato que goza da simpatia do prefeito.

A promotora pública Selma Regina Martins da Comarca de Timon no Estado do Maranhão ao representar contra a prefeita de Timon, Socorro Waquim, age como um fiscal do poder público e acima de tudo como uma cidadã consciente que por uma questão até mesmo de fórum intimo, tem a obrigação de pedir a condenação de abusos como esse praticado por uma autoridade que tem a obrigação de dar bons exemplos.

Um salário de 44 mil reais, que representa quase 100 salários mínimos é uma afronta, um desrespeito, um tapa na cara de um povo humilde e miserável - de um município que sobrevive de fazer bicos e do programa Bolsa Família.

Em Timon, 80% da população não vive, sobrevive apenas, uma vez que esse município depende exclusivamente dos programas assistenciais do governo federal.

O município de Timon a começar pelo centro da sede desse município parece mais uma grande favela, pois ainda existem ruas sem calçamento e pessoas defecando em sentinas.