domingo, 12 de abril de 2009

Roseana Sarney poderá ficar sem o Senado e sem o governo

Ao contrário de todos os outros veículos da imprensa maranhense, o Jornal Pequeno é o único que aponta um fato inquestionável: na hipótese de ser confirmada a cassação do governador Jackson Lago, a posse de Roseana Sarney poderá ser evitada com a realização de novas eleições. Em um de seus editoriais, o JP mostra, de forma firme e contundente, que o que de fato está em jogo no Maranhão não é apenas a defesa do mandato do governador Jackson Lago. É algo muito mais grave: a luta para evitar que o grupo Sarney volte ao poder e eternize suas mazelas contra o povo maranhense.

Sob o título "Duas lutas, duas histórias", o editorial adverte que setores-chave do Governo parecem demonstrar interesse apenas em evitar a cassação do mandato de Jackson Lago, pouco se lhes importando o inferno que o Maranhão possa viver com o retorno da trupe sarneisista ao poder.

Roseana cometeu um grave crime eleitoral, que aguarda o veredito da Justiça. O editorial do JP clama contra a impunidade, rememorando os fatos: na campanha de 2006, candidato a governador, o então deputado Aderson Lago ingressou com uma ação por abuso de poder econômico contra Roseana Sarney. A coligação formada pelo PTC, PTdoB e PSL não tinha candidato a governador ou a senador, mas um desses partidos, o PSL, disputava a Presidência da República, com a candidatura de Luciano Piva. A lei proibia que o PFL de Roseana, coligado nacionalmente com o PSDB, produzisse impressos dela regionalmente, junto com os candidatos desta coligação, exatamente porque um dos partidos disputava, nacionalmente, uma eleição majoritária.

Ao custo de R$ 168 mil, Roseana Sarney comprou a coligação e produziu cartazes de seus candidatos a deputados federais e estaduais, trazendo em destaque, ao pé dos impressos, a foto da própria Roseana. Aderson juntou tudo isso e entrou com a ação na Justiça. Notificada, a senadora alegou não ter conhecimento de nada, mas na prestação de contas da campanha declarou a doação de R$ 168 mil à coligação PTB, PTdoB, PSL. Pior: a coligação, em sua prestação de contas, também reconhece ter recebido a doação.

Esta ação, que não exige sequer prova testemunhal, documental ou de outra natureza, já que Roseana Sarney é ré confessa no processo, tem apenas 300 páginas. Assim mesmo, aguarda há quatro meses a emissão de um parecer do Procurador Geral da República. O processo de cassação de Jackson Lago, um calhamaço de 15 mil páginas, só precisou de 15 dias para emissão de parecer do mesmo Procurador. Em tempo: os dois processos têm como relator o apavorante ministro Eros Grau.

Com o editorial, o Jornal Pequeno reconhece o empenho, a dedicação diária, a vontade política da coligação de Roseana em apressar a tramitação do processo de cassação de Jackson Lago. Mas denuncia também uma certa apatia, uma preguiça didática, uma total falta de empenho e incontestável cansaço mental desses setores do Governo em defender o Maranhão.

Vale a pena refletir sobre esta necessária advertência do JP, em seu editorial: "O governador Jackson Lago está no direito de envidar todos os esforços possíveis em defesa do próprio mandato. Mas, antes disso, sua obrigação de democrata, socialista e líder popular é defender o Estado da ameaça sarneisista, empenhando-se de todas as formas para, mesmo que venha a ser cassado, evitar o mal maior: o retorno de José Sarney". (Jornal Pequeno)

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