segunda-feira, 11 de maio de 2009

É dando que se recebe

A política no Brasil funciona como uma via de mão dupla. E nessa via os interesses acabam se cruzando. Quem não entende das nuances políticas, tem pouca chance de sobreviver nessa selva de pedra.

A relação incestuosa que existe, não é de hoje entre os políticos e os empresários do setor de comunicação, vem de muito longe. Desde que o advogado paraibano Assis Chateaubriand (foto), enveredou pelos negócios da comunicação ao tornar-se dono de várias redes de comunicação, inicialmente de jornais e rádios e depois de televisão ao implantar a primeira emissora de TV no Brasil. Assis Chateaubriand, o nosso Cidadão Kane, não tinha nenhum pudor em falar dos seus métodos de abordagem e de como conseguir dinheiro público e privado para irrigar os seus negócios.

Como nenhum veículo de comunicação no Brasil e quiçá no mundo, sobrevive só de comerciais, os empresários desse setor e os políticos em posição de mando (no poder), acabam caindo mutuamente nos braços uns dos outros. Isso acontece nos três níveis: federal, estadual e municipal.

No nordeste a coisa se dá de maneira menos sutil, ou seja, quando um desses agentes deixa de arcar com os seus compromissos, vem logo à retaliação. Essa relação movida por interesses mútuos, não se limita só a troca de favores, no que diz respeito a interesses pecuniários, mas também na forma de empregos e cargos.

Não é à toa que a imprensa é reconhecida como o quarto poder. E esse poder é exercido na forma de pressão, do tipo: quando você deve e não paga, todas as baterias desse ou daquele veículo de comunicação se voltam contra o devedor. Feito o pagamento da cota, cessa como num passe de mágica as denúncias.

O empresário Assis Chateaubriand, com o seu poder fez Juiz, Desembargador, ministros e políticos de um modo geral. Ele mesmo chegou a ser senador pelos estados da Paraíba e Maranhão, apelando para os meios menos ortodoxos.

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