terça-feira, 17 de novembro de 2009

A máquina tornou o homem obsoleto


Hoje pela manhã ao sintonizar uma emissora de televisão, num desses telejornais, me deparei com uma matéria que revela o problema do desemprego em toda a sua extensão, que não é só fruto de uma crise financeira, mas que se acentua ainda mais pelo uso indiscriminado da máquina, que melhora a produtividade da empresa e conseqüentemente produz mais lucros e ainda livra o empregador dos encargos sociais. Para o empregador, não existe nada melhor. E o governo como vai administrar o desemprego que só faz aumentar em razão do uso da máquina na lavoura, na indústria, no comércio e da presença de novos contingentes de trabalhadores que a cada ano ingressam no mercado de trabalho?

Essa é uma equação muito difícil de resolver, porque se por um lado vez o uso da máquina favorece ao empresário, por outro lado faz aumentar o desemprego, que mesmo em condições normais já é um problema de difícil solução. Com a máquina substituindo o homem, a coisa se complica inda mais, porque, além de encolher o mercado de trabalho, a máquina faz cair à arrecadação do INSS, que se mantém através da contribuição do empregado e do empregador.

A matéria que citei no início deste artigo, se referia ao desemprego no corte da cana de açúcar, devido ao uso da máquina, que elimina em quase 99% a presença do homem nesse serviço, que mesmo sendo quase que desumano, mas que emprega muita gente e produz renda, sobretudo para trabalhadores da região Nordeste, que não tem mão de obra especializada.

Com o fim do trabalho no campo, o êxodo rural só tende a aumentar, porque o homem do campo sem condições para sobreviver no seu lugar de origem, acaba migrando para os grandes centros urbanos, fazendo com que aumente ainda mais os problemas das cidades, como saneamento básico, serviços de um modo geral e o emprego, é óbvio.

Sem que o governo estabeleça normas, regulamentando o uso da maquina em qualquer setor de atividade, priorizando o trabalho humano, vai chegar o dia em que o próprio Estado vai se tornar inviável, por não poder manter, sobretudo o programa de seguridade social.

Com a revolução industrial começou o calvário do homem, que passou a competir não como o próprio home, mas com a máquina que o torna obsoleto.

Os neoluditas

"Os neoluditas têm a coragem de olhar a catástrofe total de nosso século, resultantes do fato de as tecnologias criadas e disseminadas pela sociedades ocidentais modernas estarem fora de controle e profanando a frágil teia da vida na Terra". " Como os primeiros luditas, também somos pessoas desesperadas, procurando proteger as existências, famílias e comunidades dos que amamos, e que se encontrama a beira da destruição".

A eficaz resistência a esse processo " requer não somente
regulamentação, ou eliminação de itens específicos", mas também " novas maneiras de pensar" e, em contrapartida, "a criação de uma nova visão de mundo". Luditas foi um movimento criado em oposição ao uso da máquina.[Leão Arouche Neto]

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