sexta-feira, 30 de abril de 2010

As indústrias poluentes migram para as regiões periféricas

A economia globalizada e o aumento da consciência ecológica nos países desenvolvidos. Se é que se pode classificar como tendo uma consciência ecológica, quem tira o lixo do seu quintal e coloca no quintal do vizinho. Pois é isso exatamente o que fazem os países ricos, que ao serem pressionados pelas suas populações, transplantam as suas fábricas altamente poluentes para os países periféricos, que além de se transformarem num grande depósito de lixo, ainda podem oferecer aos investidores "generosos", mão de obra barata, terra a custo zero e renuncia fiscal por um longo período de tempo. Melhor impossível.

Assim como acontece na relação entre os países ricos e os subdesenvolvidos, o mesmo se dá entre as regiões desenvolvidas e as subdesenvolvidas dentro de um país. Esse fenômeno que há vários anos vem acontecedendo no estado do Ceará, que os economistas chamam de processo de industrialização é um exemplo do que estou dizendo. Quanto o estado do Ceará não vem perdendo em termos de renuncia fiscal, em nome de um falso desenvolvimento, bem beneficia muito mais aos empresários do que ao estado e a sua população? Esse falso desenvolvimento interessa particularmente aos políticos demagogos que vivem se elegendo sucessivamente, usando o discurso da geração de emprego e renda.

Via de regra, os salários pagos por essas indústrias, são salários miseráveis e temporários, uma vez que a rotatividade é muito grande nesse setor, devido em grande parte, ao avançado processo de automação dos serviços.

A instalação de indústrias como a Bunge alimentos, Suzano Papel e Celulose e outras do gênero, mais prejudicam o estado do que beneficiam a população, uma vez que elas degradam o meio ambiente de tal forma, que o espaço físico se torna irrecuperável para todo tipo de cultivo. A relação custo benefício acaba não justificando a implantação dessas indústrias, assim como o incentivo dos governos municipal, estadual e federal ao agronegócio.

Mas aos políticos interessa sobremaneira, uma vez que esses grupos são muito generosos na hora de patrocinarem as campanhas dos seus benfeitores e representantes dos seus interesses. Os discursos são músicas para os ouvidos daqueles que se beneficiam com os arranjos entre políticos empresários.

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