sexta-feira, 30 de abril de 2010

A elevação da taxa básica de juros representa um retrocesso?

O Copom ao elevar a taxa básica de juros, revela preocupação com a volta da inflação que já começa a incomodar as nossas autoridades monetárias

O governo brasileiro que atravessou toda a crise financeira internacional iniciada em 2008, sem grandes solavancos, ao elevar a taxa básica de juros em 0,75%, parece querer se antecipar a uma nova crise que ameaça a economia mundial, após o derretimento da economia grega, que precisa urgentemente de 120 bilhões de euros.

O Brasil com reservas de US$ 250 bilhões nos dá uma certa tranquilidade, porque nos garante honrar por uns tempos os nossos compromissos, mas com o recrudescimento da crise internacional, que já provoca o agravamento do déficit, que é uma consequência da política cambial, que mantém a desvalorização do dólar, que tem como consequência mais imediata o fortalecimento do Real, que ajuda a reduzir as nossas exportações, aumentar as nossas importações e gastos de divisas com viagens internacionais. O que fatalmente levará o Brasil a viver momentos difíceis, como no passado, em o governo era obrigado a impor limites às viagens de turismo, entre outras coisas, para que o país não mergulhasse numa crise profunda.

A elevação da taxa de juros visa diminuir o consumo interno, favorece a entrada de moeda estrangeira, que ajuda o país a financiar o seu déficit, mas é uma faca de dois gumes. Agora o principal argumento do Copom para o aumento da taxa de juros, é tentar conter o ímpeto da inflação que ameaça voltar.

Num ano de eleição, não sei o que é pior: se o retorno da inflação ou a queda no ritmo do crescimento, representado pelo desemprego. A elevação da taxa básica de juros representa um retrocesso? Depende do angulo de visão de cada um: o governo vê como uma necessidade emergencial. Já a oposição encara como um retrocesso, um erro na condução da política econômica.

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