quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As elites não têm interesse na ascensão dos pobres

Se depender só das elites políticas e econômicas, os pobres no Brasil continuarão sendo pobres, até a décima geração, dentro daquilo que se conhece como determinismo histórico, pois as políticas públicas do tipo programa Bolsa Família, em vez de reduzir o fosso que separa os pobres dos ricos são usadas como práticas assistencialistas e paternalistas - para que determinado partido se perpetue no poder. 

O programa Bolsa Família que atende a quase 20 milhões de famílias ao invés de ajudar as pessoas a saírem da pobreza extrema, muito pelo contrário, faz com que a maioria expressiva dos participantes desse programa entre numa área de relativo conforto, passando a depender dessa ajuda como se ela fosse para sempre. 

O governo do Partido dos Trabalhadores (PT) que chegou à presidência da república para realizar grandes transformações, segundo constava do seu programa de governo,  falhou nesse seu propósito, porque ao assumir o poder em vez de romper com as políticas do atraso, aquelas de cunho assistencialista e paternalista, acabou optando por fazer um governo conservador, bem ao estilo do que era feito antes dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

O governo do presidente Lula da Silva, pela sua maneira de governar se assemelha muito mais ao governo de Fernando Collor  de Mello (de quem Lula é hoje um cordial amigo), do que do governo do ex-presidente Itamar Franco que criou o Plano Real, que possibilitou aos governos posteriores governar com relativa tranquilidade, sobretudo o governo Lula, que quando assumiu manteve os fundamentos da economia herdados do governo FHC.

Políticas assistencialistas como as criadas pelo governo FHC (Bolsa Escola, Luz no campo e  Vale Gás), que foram adotadas e ampliadas por Lula são políticas de caráter emergencial. Quando elas deixam de ser emergenciais e assumem um caráter definitivo, elas passam a atender a outros interesses que não são os dos pobres, mas de um projeto de poder.

Os pobres brasileiros que dependem de políticas como essas que vem sendo adotadas por sucessivos governos, ao invés de fazer com que os pobres ascendam socialmente, os estimula a permanecerem estagnados. Enquanto que os ricos (os banqueiros, os empreiteiros, os donos das telefônicas), esses crescem cada vez mais.

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