quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ninguém leva o Piauí a sério. Mas de quem é a culpa?

O piauiense não é levado a sério, mas por culpa do próprio piauiense que se deprecia ao valorizar demais, os estrangeiros. É óbvio que não estou me referindo aos nordestinos, porque o nordestino que ousar tirar um sarro com o povo desta terra, na realidade, está sendo preconceituoso contra ele mesmo, porque afinal de conta, nós nordestinos somos todos iguais. 

Vira e mexe, surge na grande mídia, uma atitude preconceituosa contra o estado do Piauí. E mesmo assim, os piauienses continuam tratando a pão de lo, os estrangeiros, aqueles que só querem levar vantagem em cima da nossa gente. Qualquer caboclo que aparece falando diferente, logo é tratado com excessivo respeito, sobretudo pelas mulheres, que adoram um sujeito que fala carioquês, paulistês e até curitibês. O exemplo mais emblemático foi o protagonizado pelo jornalista Donizetti Adalto dos Santos, que deitou e rolou em cima da granfinagem teresinense, que babava ao ouvi-lo falar.

Aqui no estado do Piauí, até cearense e pernambucano conseguem se destacar. Com uma nada sutil diferença: os nordestinos que aportam por aqui são profissionais sofríveis. Uma gente que nunca conseguiu ser bem sucedido no seu estado natal, porque se tivesse sido não estaria aqui, mas que ao chegar ao Piauí é recebido com tapete vermelho. Tem uns caras na imprensa local, vindo desses dois últimos estados, que melhores do que eles aqui têm os montes. Os sulistas, pelos menos eram mais inteligentes, dedicados, esforçados e criativos. Eu até acho que a televisão piauiense deve muito a Donizete Adalto, pois foi que legitimou a profissão de apresentador de televisão, ao se valorizar na hora de negociar bons contratos, o que acabou forçando as outras emissoras a melhorarem o nível dos seus apresentadores e consequentemente, pagando salários dignos. 

Certa vez no apartamento em que Donizetti Adalto morava no edifício cruzeiro do sul no bairro Ilhotas, eu presenciei uma cena ridícula, de uma jovem que ligou para ele desesperada, se dizendo apaixonada, capaz até de cometer uma loucura, caso ele não lhe desse nenhuma atenção. Como que para dizer que não se tratava de um blefe, ele me fez ouvir parte do diálogo. Donizete Adalto, de saudosa memória, era um cara bocudo, como se diz na gíria. Assim como ele, os jornalistas Carlos Morais e Marcos Rotta, brilharam e machucaram muitos corações das mulheres piauienses. O apresentador de televisão Marcos Rotta, hoje um político amazonense, bem sucedido por sinal, acabou casando com a socialayte piauiense.

Agora mesmo uma atriz da Rede Globo de Televisão, que faz parte do elenco da novela Passione, em determinado momento do seu diálogo, disse para quem contracenava com ela, que depois dos Jardins, tudo era Piauí. O bairro Jardins para quem não sabe, é um bairro chique da capital paulista.  

Esse nosso complexo de cachorro vira latas, talvez explique o comportamento de certos colunistas sociais, que qualquer dia desses, vão acabar dando um nó na língua, de tanto querer imitar cariocas e paulistas. A coisa é tão grotesca, que acaba sendo bizarra. Não custa nada insistir: piauiense tem que falar como piauiense. Quem procura imitar o jeito de falar dos outros estados, não realidade não tem personalidade e ainda presta um desserviço ao estado do Piauí. 

Como eu sou um estrangeiro, forasteiro e não tenho o compromisso em querer agradar, fica mais fácil para mim trabalhar a auto-estima de um povo que não fica nada a dever em termos de inteligência aos outros brasileiros.

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