O grande desafio brasileiro é transformar ciência, tecnologia e inovação no eixo estruturante do desenvolvimento brasileiro. E isto se dará pela consolidação da liderança na economia do conhecimento natural, no avanço em direção à sociedade do conhecimento, na transição para a economia de baixo carbono e sustentabilidade ambiental e na erradicação da pobreza e aprofundamento do processo de distribuição social e regional da renda. Foi o que defendeu hoje (27)o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, em almoço-debate promovido pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, em São Paulo, que contou com a presença de 307 empresários.
Segundo o ministro, em 2010 o Brasil investiu US$ 24,2 bilhões em P&D, o que representa 1,19% do PIB do país, valor inferior a importantes nações. Mercadante citou os exemplos dos Estados Unidos, Japão e China que investiram, em 2008, 2,74%, 3,44% e 1,54% do PIB de seus países, respectivamente. “O Brasil precisa do investimento das empresas em P&D, em inovação e tecnologia. Não podemos ter atitude passiva diante do tema. Temos que ter foco para avançar”. Ele também lembrou que a China exige transferência de tecnologia e que o Brasil precisa fazer o mesmo.
Mercadante também abordou a questão da transformação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) em “banco público de inovação” como um dos passos em direção a um novo padrão de financiamento e desenvolvimento tecnológico e de inovação. Neste sentido, outras iniciativas seriam a criação de novos fundos setoriais (indústria da construção civil, automotiva, financeira e da mineração) e a política de royalties do pré-sal. Neste aspecto, o ministro foi enfático ao afirmar que é contra a pulverização dos royalties entre os municípios. “Os recursos dos royalties do pré-sal tem que ir para educação, ciência e tecnologia, pois este dinheiro tem que ser utilizado de maneira estratégica e não para sustentar a máquina pública”, afirmou.
Outro item destacado por Mercadante foi a necessidade de se criar uma grande política de popularização da ciência, tecnologia e desenvolvimento. “Não quero que os mais pobres pensem apenas em ser jogadores de futebol e pagodeiros; eles têm que querer ser pesquisadores e cientistas”, afirmou, lembrando que o país está num momento excelente, como nunca teve antes, e os investimentos na área são imprescindíveis para que o Brasil dê um salto histórico no setor.
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