segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Num país sério, as associações de juízes estariam ao lado de Eliana Calmon



Talvez até exista um país em todo o mundo, mais avacalhado, enxovalhao e ridículo que nem o Brasil, só que eu desconheço. Porque num país que se pretende sério, as entidades de classes devem existi, para defender os reais interesses dos seus associados e não para compactar com aqueles que optam por trilhar um caminho que não combina com a moral e ética.

O posicionamento assumido pela ministra do STJ e corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, deveria receber o apoio total e irrestrito das entidades que representam os juízes, porque a função desse conselho é buscar corrigir desvios de conduta, de certos magistrados que em vez de estarem envergando uma toga, deveriam isso sim, era estarem usando roupas de presidiários. Porque qualquer sociedade não pode aceitar que magistrados que ganham salários infinitamente superiores aos de um cidadão comum, desvirtue a sua finalidade e uma instituição que tem por dever de oficio, fazer cumprir a ordem e as leis.

As três maiores associações de juízes do Brasil entraram, com um pedido para que o Ministério Público apure se a corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon, cometeu crime ao investigar a evolução patrimonial de juízes e servidores. As entidades comunicaram, ontem, que entrariam com o pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No documento, as associações admitem que a corregedoria possa ter acesso a dados sigilosos de magistrados, mas defendem que isso deveria ocorrer apenas nos casos em que há procedimento disciplinar instalado, e não deliberadamente.   

É aquela velha história que diz: quem não deve não teme. Um juiz que apresenta uma evolução patrimonial, incompatível com a sua renda, deve assim como qualquer cidadão comum ser investigado por um órgão que existe com essa finalidade. As pessoas honestas não temem nenhum tipo de investigação sobre a sua vida e não perdem uma noite sequer de sono.

A vida marginal do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, não é aceitável, mas pode ser entendida e compreendida, pela sua origem e procedência, mas o comportamento marginal de qualquer autoridade, sobretudo de um juiz, não pode ser aceitável e muito menos tolerada.

A ministra e corregedora Eliana Calmon, deve receber apoio e solidariedade de todas as pessoas e das entidades de bem deste país, para que ainda possamos alimentar a vã esperança de salvá-lo. 

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