Se a fonte secar
Agora que a fonte secou
não será o fim do mundo
tantas vezes me afoguei
nesse sertão profundo
serei meu próprio mar
o avesso do fundo
plantarei do deserto
meu verbo fóssil
poema sílex
gravado em silêncio
fiat lux
como se fosse fácil
quem me ler
não vai notar nada
os dedos machucados
os olhos ressacados
serão segredo meu
o poema
será sempre
esse ser à parte
parte dor
parte amor
parte arte
Fernando Abreu - é um poeta maranhense
Agora que a fonte secou
não será o fim do mundo
tantas vezes me afoguei
nesse sertão profundo
serei meu próprio mar
o avesso do fundo
plantarei do deserto
meu verbo fóssil
poema sílex
gravado em silêncio
fiat lux
como se fosse fácil
quem me ler
não vai notar nada
os dedos machucados
os olhos ressacados
serão segredo meu
o poema
será sempre
esse ser à parte
parte dor
parte amor
parte arte
Fernando Abreu - é um poeta maranhense
“Uma vez o venerado Rainer Maria Rilke, sendo
chateado por diversas cartas de um aspirante a poeta, em uma rispidez
sofisticada, mandou-o ele se perguntar no íntimo das horas se poderia viver sem
escrever poesia. Se a resposta tangenciasse, mesmo que levemente, para o sim, o
jovem deveria largar de vez o labor dos versos. Muita gente levou isso a sério
e esqueceu que arte é antes de tudo crítica [resultado de uma crítica e de uma
autocrítica] da existência, da vida, e saiu a defender que não se pode negar
nunca a criação dos versos. Levantaram mastros, hastearam bandeiras. Criaram o
mandamento número um, quando Rilke queria apenas tanger um garoto, como quando
se manda uma criança ir ver se há alguém na esquina, para fazer coisas mais
importantes.
Em busca por uma maturidade própria, o poeta Fernando Abreu passou por um período de auto-reflexão, de procura pela expansão. Chegou a negar os versos. Negou se ainda deveria continuar a escrevê-los. Foi por uma autoflagelação poética, em uma tentativa de se reinventar, que ele chegou a essa encruzilhada. Entrou em parafuso.
Mas depois de respirar fundo e movimentar-se mais lentamente, abandonou a concisão e seguiu por trilhas mais longas tranquilamente, aprendendo a cada passo, a cada canetada. Guardou com amor os haicais, estalos e versos rápidos, herdados da Akademia dos Párias, que o formou no início da década de 1980 e que continuaram presentes em seus dois primeiros livros: “Relatos do Escambau” (1998) e “O Umbigo do Mudo” (2003). Guardou-os na gaveta com carinho, para lançar nesta quinta-feira (05) a coleção de poemas “Aliado Involuntário”, que sai pelo selo Exodus, no Café Catirina (Lagoa da Jansen), às 19h30. Lançará uma reinvenção de si mesmo. A lição de audácia, mudança e autoconhecimento, ele conta em entrevista. Antes em “O Umbigo…”, ele já havia escrito: “destravo o ritmo/ estrago signo”. Assim, ele segue. Escreveu versos mais longos com uma dinâmica mais fluída uma respiração mais calma, compassada.
Em sua nova obra, Fernando Abreu fez algo que já previa em seu segundo livro, “O Umbigo do Mudo”, nos versos curtos do poema Arbítrio Poético: “Destravo o ritmo/ estrago o signo/ de traçar minha sorte/ só o poema é digno”. A herança de Lemisnki é gritante, já havia falado o poeta Celso Borges no prefácio da primeira coletânea de versos de Fabreu. Engraçado, que eu havia lido a maioria dos poemas “Aliado Involuntário”, com a rapidez vacilante de quem tem um monte de leituras atrasadas e trabalha com jornalismo. Assim como poeta ao escrever seus versos, meditei para lê-los e tive de tomar fôlego”. (site Diário do André - de autoria do jornalista André Lisboa)
Em busca por uma maturidade própria, o poeta Fernando Abreu passou por um período de auto-reflexão, de procura pela expansão. Chegou a negar os versos. Negou se ainda deveria continuar a escrevê-los. Foi por uma autoflagelação poética, em uma tentativa de se reinventar, que ele chegou a essa encruzilhada. Entrou em parafuso.
Mas depois de respirar fundo e movimentar-se mais lentamente, abandonou a concisão e seguiu por trilhas mais longas tranquilamente, aprendendo a cada passo, a cada canetada. Guardou com amor os haicais, estalos e versos rápidos, herdados da Akademia dos Párias, que o formou no início da década de 1980 e que continuaram presentes em seus dois primeiros livros: “Relatos do Escambau” (1998) e “O Umbigo do Mudo” (2003). Guardou-os na gaveta com carinho, para lançar nesta quinta-feira (05) a coleção de poemas “Aliado Involuntário”, que sai pelo selo Exodus, no Café Catirina (Lagoa da Jansen), às 19h30. Lançará uma reinvenção de si mesmo. A lição de audácia, mudança e autoconhecimento, ele conta em entrevista. Antes em “O Umbigo…”, ele já havia escrito: “destravo o ritmo/ estrago signo”. Assim, ele segue. Escreveu versos mais longos com uma dinâmica mais fluída uma respiração mais calma, compassada.
Em sua nova obra, Fernando Abreu fez algo que já previa em seu segundo livro, “O Umbigo do Mudo”, nos versos curtos do poema Arbítrio Poético: “Destravo o ritmo/ estrago o signo/ de traçar minha sorte/ só o poema é digno”. A herança de Lemisnki é gritante, já havia falado o poeta Celso Borges no prefácio da primeira coletânea de versos de Fabreu. Engraçado, que eu havia lido a maioria dos poemas “Aliado Involuntário”, com a rapidez vacilante de quem tem um monte de leituras atrasadas e trabalha com jornalismo. Assim como poeta ao escrever seus versos, meditei para lê-los e tive de tomar fôlego”. (site Diário do André - de autoria do jornalista André Lisboa)
siga no Twitter e no Facebook ao blog Dom Severino (severino-neto.blogspot.com) @domseverino
Nenhum comentário:
Postar um comentário