sábado, 14 de janeiro de 2012

Sem oposição o Estado fica exposto à corrupção e a bajulação


A oposição quando não existe, deve ser construída, até com o apoio do governo, porque uma oposição séria e confiável - ajuda mais ao governante do que a situação, que via de regra só existe para bater palmas e bater cabeça. Na realidade, a situação funciona mais como uma claquete, que existe para bater palmas e criar um cenário favorável ao governante de plantão.

Uma regra básica, que pode ser utilizada para descobrir o nível de seriedade de qualquer governo no Brasil, é observar como o chefe de governo encara e trata a oposição. Se o governante é do tipo que trabalha diuturnamente para destruir o cooptar a oposição, vê-se logo que se trata de um governante nada sério.   

No estado do Piauí, a oposição não existe, porque como se trata de um Estado extremamente pobre, os políticos sobrevivem e se perpetuam através da prática do clientelismo e assistencialismo. O que o político só consegue praticar, sob o guarda-chuva do Poder Executivo.

Nos estados onde a pobreza é extrema, o político só faz oposição, pensando em valorizar o seu passe. Quando o governo atende as exigências do político de oposição, o dito cujo, começa a sofrer um processo de metamorfose e acaba se transformando num curto espaço de tempo, num governista convicto e radical.   

Quando o político de oposição não tem como migrar para a situação, para se dar bem, ele muda o tom do seu discurso, suaviza o seu discurso, o que lhe permite ter acesso a alguns benefícios do governo.

O Poder Legislativo, segundo reza a constituição brasileira - deveria ser um poder independente, que existe para criar, votar leis e fiscalizar as ações do Poder Executivo. Mas no Brasil, o Poder Legislativo funciona como uma força auxiliar do governo.

Sem ninguém para questionar as ações governamentais do soberano, mesmo o rei estando nu, a turma do oba, oba, impede que ele veja a sua própria nudez. Mas isso não é relevante e não tem importância nenhuma, porque para se eleger ou reeleger, o político, sobretudo na região Nordeste, só precisa acumular muito dinheiro, porque os currais eleitorais existem para garantir a eleição de quem tem poder econômico.

É a nossa extrema miséria, que faz com que o estado do Piauí continue sendo o último vagão desse trem chamado Brasil e, o primo pobre e discriminado  da federação.

Tendo dinheiro, no Nordeste se compra de tudo; de voto a virgindade.

Como mudar essa nossa triste e cruel realidade? Confesso que não sei. Mas me arrisco a propor uma mudança radical da nossa cultura. 

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