quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Homenagear personalidades é quase uma garantia de título de campeã


Homenagear personalidades dá título. Até personalidades com história de vida nada edificante

A história do carnaval carioca é marcada por escolas de samba que ganham titulo apelando para homenagens a certas personalidades, em detrimento de uma história maior, como a de uma capital que comemora 400 anos de existência.

Não estou aqui questionando a justa homenagem prestada ao grande artista brasileiro Luiz Gonzaga Nascimento. Pois esse é um artista com letra maiúscula, que quando eram poucos aqueles que se dedicavam a falar e denunciar as mazelas que afligiam os nordestinos, como fazia o seu conterrâneo, o cientista social Josué de Castro, Luiz Gonzaga um pernambucano de origem humilde e de baixa escolaridade, colocava na agenda nacional os problemas nordestinos e dava personalidade ao artista (cantor e compositor) brasileiro.   

Estou me referindo a homenagens prestadas a cantores como Roberto Carlos, de valor duvidoso, a quem este país não deve nada em se tratando da sua participação na luta pela redemocratização do país. Como ídolo da jovem guarda esse cantor capixaba nunca usou a sua arte para denunciar as injustiças sociais. Enquanto brasileiros morriam nos “paus de arará da repressão”, o cantor que deu mais um titulo de campeã do carnaval carioca a Beija-Flor de Nilópolis em 2011, mandava todo mundo para o inferno.

Um jurado tirar dois décimos de um quesito como porta bandeira e mestre sala ou dá nota máxima ao samba da Unidos da Ponte e tirar dois décimos do samba enredo da Beija-Flor de Nilópolis é imoral, ilegal e agride as consciências.

A história dos negros contada pelo enredo e colocado na passarela do samba pela Beija-Flor foi uma das mais bem contada até aqui.

Insisto na tese do preconceito para com o estado do Maranhão, que segundo a imprensa nacional foi quem financiou essa escola de samba carioca. Hoje em dia, quando não são os bicheiros que financiam o carnaval carioca, são os estados e os endinheirados como Roberto Carlos que financiam as escolas.

“São Luís: O Poema encantado do Maranhão”. Só esse titulo já revela o valor e a riqueza cultural de uma capital que é conhecida com a Atenas Brasileira.  

O critério de julgamento usado pelos jurados que julgam o desfile do Rio de Janeiro é o do gosto pessoal. Isso quer dizer que o critério não é técnico. Viva o romantismo brasileiro!

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