Homenagear personalidades dá título. Até personalidades com história
de vida nada edificante
A história do carnaval carioca é marcada por escolas de
samba que ganham titulo apelando para homenagens a certas personalidades, em
detrimento de uma história maior, como a de uma capital que comemora 400 anos
de existência.
Não estou aqui questionando a justa homenagem prestada ao
grande artista brasileiro Luiz Gonzaga Nascimento. Pois esse é um artista com
letra maiúscula, que quando eram poucos aqueles que se dedicavam a falar e denunciar
as mazelas que afligiam os nordestinos, como fazia o seu conterrâneo, o cientista
social Josué de Castro, Luiz Gonzaga um pernambucano de origem humilde e de
baixa escolaridade, colocava na agenda nacional os problemas nordestinos e dava
personalidade ao artista (cantor e compositor) brasileiro.
Estou me referindo a homenagens prestadas a cantores como
Roberto Carlos, de valor duvidoso, a quem este país não deve nada em se
tratando da sua participação na luta pela redemocratização do país. Como ídolo da
jovem guarda esse cantor capixaba nunca usou a sua arte para denunciar as injustiças
sociais. Enquanto brasileiros morriam nos “paus de arará da repressão”, o
cantor que deu mais um titulo de campeã do carnaval carioca a Beija-Flor de
Nilópolis em 2011, mandava todo mundo para o inferno.
Um jurado tirar dois décimos de um quesito como porta
bandeira e mestre sala ou dá nota máxima ao samba da Unidos da Ponte e tirar
dois décimos do samba enredo da Beija-Flor de Nilópolis é imoral, ilegal e
agride as consciências.
A história dos negros contada pelo enredo e colocado na passarela
do samba pela Beija-Flor foi uma das mais bem contada até aqui.
Insisto na tese do preconceito para com o estado do Maranhão,
que segundo a imprensa nacional foi quem financiou essa escola de samba carioca.
Hoje em dia, quando não são os bicheiros que financiam o carnaval carioca, são
os estados e os endinheirados como Roberto Carlos que financiam as escolas.
“São Luís: O Poema encantado do Maranhão”. Só esse titulo já
revela o valor e a riqueza cultural de uma capital que é conhecida com a Atenas
Brasileira.
O critério de julgamento usado pelos jurados que julgam o
desfile do Rio de Janeiro é o do gosto pessoal. Isso quer dizer que o critério não
é técnico. Viva o romantismo brasileiro!
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