Disputa
negras palavras florescem
nos olhos da ruína
garras afiadas disputam mundos
almas delicadas
não suportam o fascínio da morte
o coração do poeta
pediu aviso prévio
bebe o crepúsculo na esquina
jogando pôquer com o destino
Ariadne
deglutia flores
amassadas na maionese
acionava os alarmes da aurora
despertava no país do sono
brincava de cabra-cega na beira
dos precipícios
palitava os dentes
à espera do apocalipse
Hermético
o cadáver da pedra se apavora
com o esqueleto da própria sombra
no músculo das palavras
cabe toda a carta celeste
o maxilar da morte anoitece
devorando omoplatas de cetim
um poeta se diverte
espancando os dentes na máquina
de escrever
Paulo Melo Sousa - é um poeta maranhense
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