terça-feira, 2 de outubro de 2012

A aula magna do ministro do STF Celso de Mello

Quem teve a oportunidade de assistir ao item seis do julgamento dos rés do Mensalão, foi brindado por uma verdadeira aula magna proferida pelo decano dos ministros do STF, Celso de Mello que usou 90% do tempo dedicado à leitura do seu voto, para fazer exortações e propor reflexões à nação brasileira, que vive um momento particularmente difícil, ao levar ao banco dos réus homens e mulheres, que deveriam dar exemplo de comportamento moral e ético, mas não, preferiram enveredar pelo mundo tortuoso da corrupção e da roubalheira desenfreada.

Aproveito a oportunidade para mostrar a quem não teve o privilégio de ouvir ontem o ministro Celso de Mello, na sessão que selou a sorte dos mensaleiros, algumas citações da sua própria lavra, onde esse ministro demonstrou toda a sua insatisfação para com a tolerância das nossas autoridades para com a corrupção e os corruptos, ei-las:

“A motivação ética é de natureza republicana”.

“O primeiro dever do governante é o dever de buscar o bem comum, não de grupos”.

“O conceito de República aponta para o consenso do governo das leis, não dos homens”.

“A ausência de bons costumes leva à corrupção que compromete a vida da nação”.

“É preciso dizer, é preciso afirmar que o ato da corrupção é um gesto de perversão da ética do poder”.

“O estado não deve tolerar o poder que corrompe ou que se deixa corromper”.

“Nem o cinismo pode justificar práticas criminosas”.

“Os atos de corrupção são profundamente ofensivos a decoro parlamentar, além de criminosos”.

“Esses vergonhosos atos de corrupção foram alimentados nas altas esferas do poder”.

“A paz pública é o sentimento de tranqüilidade, que só se consegue com as instituições funcionando em plena harmonia”.

Ao encerrar essa sessão, o presidente da Suprema Corte o ministro Carlos Ayres Britto também enveredou pelo mesmo caminho aberto por Celso de Mello ao dedicar parte substancial do seu voto para chamar a atenção da nação para a importância de nós termos no Brasil instituições confiáveis, formadas por homens e mulheres que são movidos por princípios morais e éticos sólidos.  

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