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A zona do euro não voltará a ter crescimento
antes de 2014, previu a Comissão Europeia nesta sexta-feira, revertendo sua
previsão para um fim da recessão este ano e culpando a falta de empréstimos
bancários e o desemprego pelo atraso na recuperação.
A economia do bloco de 17 países, que gera quase um quinto da
riqueza global, irá encolher 0,3 por cento em 2013, disse a Comissão, o que
significa que a zona do euro permanecerá na sua segunda recessão desde 2009 por
um tempo maior do que o previsto originalmente.
A Comissão, braço executivo da UE, estimou no final do
ano passado um crescimento de 0,1 por cento na economia da zona do euro em
2013, mas agora diz que as condições fracas de empréstimos para empresas e
famílias, cortes de empregos e congelamento dos investimentos adiaram a
esperada recuperação.
A Comissão estima que a economia da região irá crescer
1,4 por cento em 2016, após retração de 0,6 por cento em 2012.
"A melhora na situação dos mercados financeiros
contrasta com a ausência de crescimento de crédito e com a fraqueza no cenário
de curto prazo para a atividade econômica", disse Marco Buti,
diretor-geral de assuntos econômicos e monetários da Comissão.
"O mercado de trabalho... é uma séria
preocupação", completou ele.
A promessa do Banco Central Europeu no ano passado de
fazer o que fosse preciso para defender sua moeda comum removeu o risco de uma
ruptura da zona do euro, e os custos de empréstimo dos países-membros caíram
após atingirem níveis insustentáveis.
Mas os efeitos da crise financeira global de 2008/09 e a
crise da dívida da zona do euro foram maiores do que o esperado sobre a
economia real, com a demanda global por exportações da zona do euro sendo um
dos poucos pontos positivos em termos de geração de crescimento.
O desemprego na zona do euro deve atingir 12,2
por cento, ou mais de 19 milhões de pessoas, em 2013, disse a Comissão, e nem o
consumo privado nem o público irão contribuir para uma melhora da produção.
O cenário levanta a perspectiva de mais cortes de juros
pelo Banco Central Europeu (BCE) para reanimar a economia ao reduzir o custo do
empréstimo a empresas e famílias. Mas com os bancos relutantes em emprestar, o
resultado pode ser nulo.
A Comissão estimou a inflação ao consumidor em 1,8 por
cento para 2013, e com tal pressão contida o BCE pode se sentir mais
confortável para cortar os juros abaixo do atual nível de 0,75 por cento.
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