Ninguém gosta de envelhecer, mas a luta pela eterna juventude
acaba se tornando uma obsessão. Que é uma preocupação permanente. Até o presente
momento, o que a ciência e a tecnologia têm conseguido é retardar a vida. A
longevidade é um mal em si mesmo, porque ninguém consegue envelhecer com
qualidade de vida, sofrendo de solidão e dores diariamente.
Até os 60 anos viver ainda faz sentido, porque o ser humano
ainda consegue manter a força vital e o domínio quase que absoluto, sobre os seus
sentidos, o que lhe permite ir e vir sem auxilio de outra pessoa.
Depois dos 70 anos, o que nos impele a continuar
vivendo e lutando pela vida - é o apego às coisas que conquistamos - como família,
bens e o medo da morte. A morte que continua sendo um grande mistério, um mistério
que nos leva a praticar a auto preservação.
Os norte-americanos assumem como verdade, que a longevidade é algo bom, como
afirma Susan Jacoby, autora do livro Never Say Die (Nunca Diga Morrer, em tradução
literal).
A verdade, é que a maior parte das pessoas que vivem além dos 70 irá
morrer após passar por um período prolongado de incapacidade.
''Nós acreditando nesse mito de que como estamos atualmente mais
saudáveis do que nunca aos 67 anos, estaremos assim também aos 87 ou aos 97”,
diz Susan Jacoby.
Nos asilos ninguém é feliz, principalmente pela presença permanente da
solidão, provocada pela ausência dos entes queridos, que via de regra abandona
os seus como descartamos o lixo que produzimos diariamente.
O suicídio do ator Walmor Chagas é bastante emblemático do ponto de vista,
de uma conclusão definitiva, de que a partir de determinada idade, luta pela vida
é inútil.
por Tomazia Arouche
por Tomazia Arouche
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