domingo, 3 de março de 2013

Longevidade não é sinônimo de vida plena


Ninguém gosta de envelhecer, mas a luta pela eterna juventude acaba se tornando uma obsessão. Que é uma preocupação permanente. Até o presente momento, o que a ciência e a tecnologia têm conseguido é retardar a vida. A longevidade é um mal em si mesmo, porque ninguém consegue envelhecer com qualidade de vida, sofrendo de solidão e dores diariamente.

Até os 60 anos viver ainda faz sentido, porque o ser humano ainda consegue manter a força vital e o domínio quase que absoluto, sobre os seus sentidos, o que lhe permite ir e vir sem auxilio de outra pessoa.

Depois dos 70 anos, o que nos impele a continuar vivendo e lutando pela vida - é o apego às coisas que conquistamos - como família, bens e o medo da morte. A morte que continua sendo um grande mistério, um mistério que nos leva a praticar a auto preservação.   

Os norte-americanos assumem como verdade, que a longevidade é algo bom, como afirma Susan Jacoby, autora do livro Never Say Die (Nunca Diga Morrer, em tradução literal).

A verdade, é que a maior parte das pessoas que vivem além dos 70 irá morrer após passar por um período prolongado de incapacidade.

''Nós acreditando nesse mito de que como estamos atualmente mais saudáveis do que nunca aos 67 anos, estaremos assim também aos 87 ou aos 97”, diz Susan Jacoby.

Nos asilos ninguém é feliz, principalmente pela presença permanente da solidão, provocada pela ausência dos entes queridos, que via de regra abandona os seus como descartamos o lixo que produzimos diariamente.

O suicídio do ator Walmor Chagas é bastante emblemático do ponto de vista, de uma conclusão definitiva, de que a partir de determinada idade, luta pela vida é inútil. 

por Tomazia Arouche

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