O
Palácio do Planalto e a cúpula do PT vão pressionar o deputado André Vargas
(PT-PR), vice-presidente da Câmara, a renunciar ao mandato. Na avaliação de
ministros e dirigentes petistas, o caso Vargas pode alimentar a CPI da
Petrobrás, desgastar ainda mais a presidente Dilma Rousseff, que concorrerá à
reeleição, e prejudicar as candidaturas do ex-ministro da Saúde Alexandre
Padilha ao governo de São Paulo e da senadora Gleisi Hoffmann à sucessão
paranaense.
No
Planalto, o comentário é que o pedido de licença do deputado, apresentado nesta
segunda, 7, não resolve a questão. A situação de Vargas é definida no Planalto
como "delicadíssima", insustentável num ano eleitoral.
A
bancada do PT na Câmara vai se reunir nesta terça para avaliar o assunto.
Vargas está em Brasília, mas até agora não se sabe se ele participará do
encontro. Na quinta-feira, a Executiva Nacional do partido também vai se
reunir, em São Paulo, e deve ser nomeada uma comissão interna para que Vargas
dê explicações.
O
presidente do PT, deputado Rui Falcão, conversou nesta segunda-feira, 7, com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise política. "Até a
semana passada o PT tratava o caso como um assunto pessoal do deputado. Agora,
diante das novas informações, a executiva nacional terá que discutir o
caso", disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão. "Sempre temos
que trabalhar com a presunção da inocência mas o PT não convalida este tipo de
relação, se é que ela existe."
Consequências. O PT teme que a permanência de Vargas no
Legislativo dê munição ao PSDB e acabe respingando em Padilha, que era ministro
da Saúde e agora é candidato à sucessão do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin. Além disso, adversários de Gleisi, no Paraná, também já começaram a
usar as denúncias para atingir a campanha do PT. Alguns integrantes da sigla
comparam o caso de Vargas ao do ex-dirigente Silvio Pereira, obrigado a deixar
o PT após ser presenteado por uma empresa com um Land Rover. (Estadão)
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