quinta-feira, 21 de maio de 2015

Uma contradição: a população aumenta e o emprego desaparece

Com a decretação do fim do emprego formal determinado pela automação e a robotização do trabalho, o que nós estamos presenciando é o crescimento do trabalho parcial, precário, da terceirização, da informalidade e do serviço temporário. O serviço temporário, que a grande imprensa festeja todo final de ano como se fosse algo extraordinário.

Os sucessivos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) ao invés de contrariar a lógica do capitalismo recente, que prefere os lucros extraordinários em prejuízo da classe trabalhadora, sobretudo, do trabalhador sem qualificação profissional, radicalizaram no liberalismo econômico.

A cada novo dia nos deparamos com mais notícias ruins sobre o desemprego encabeçando as manchetes dos telejornais, jornais impressos e sites de notícias. O desemprego que os economistas atribuem às “políticas equivocadas” do Governo Federal. O que é apenas uma meia verdade, porque além das políticas erradas adotadas pelo primeiro e o segundo governo Dilma Rousseff, existe a troca do homem pela máquina.

A troca do homem pela máquina é muito fácil de ser entendida: é que com a utilização da máquina pelo empresário, acontece uma desoneração automática, ou seja, o empresário reduz a sua folha de pagamento ao demitir funcionários (substituídos pela máquina), deixa de pagar 13º salário, de recolher INSS e PIS. Tudo isso é feito com vistas a aumentar os lucros do empresário, sem levar em conta o problema social criado pelo desemprego.

Enquanto acontece essa revolução no mercado de trabalho, a população continua crescendo e com isso, além do emprego - o estado ainda precisa investir na construção de novas escolas, creches e hospitais. Sem uma redução drástica da população, o que veremos é o aumento da violência e o crescimento do Exército dos desvalidos, dos despossuídos e os esquecidos pelo sistema. Ai acontece a guerra inevitável. Nós estamos vivendo uma guerra particular. A contradição nesse caso reside no aumento da população e no fim do emprego.

por Joachim Arouche

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