quarta-feira, 29 de julho de 2015

O meu amigo ateu



O ateísmo ainda é um tema tabu num mundo de religiões monoteístas (islamismo, cristianismo, judaísmo e zoroastrismo) tão  presentes. A divindade nas religiões monoteístas é onipotente, onisciente e onipresente, não deixando de lado nenhum dos aspectos da vida terrena. Essas religiões professam suas crenças no sobrenatural, no divino, num Deus singular e único.

O meu amigo ateu e o meu maior amigo entre todos os que já tive e tenho é uma pessoa singular, do tipo que não encontramos a todo o momento. Esse meu amigo tem nome: José Barreto de Negreiros, um piauiense, nascido no município de São Raimundo Nonato, um ex-funcionário do Banco do Brasil.

Zezinho Barreto, para os íntimos, é uma pessoa que vive de acordo com o que pensa. Ele que já foi católico praticante (na adolescência) e que abandonou essa religião ao descobrir nela muitas contradições, mentiras  segue a filosofia que prega a vida simples, um tipo de vida que elimina o supérfluo e não tem apego a nada.  

Eu e esse meu amigo ateu morávamos na mesma cidade e semanalmente a gente se encontrava uma ou duas vezes, invariavelmente para discutirmos política e religião. Através desses encontros, quase diários, eu acabei me convertendo ao ateísmo,  pelas mesmas razões que o levaram. A alta capacidade de convencimento de Barreto aliada a sua vida integra, solidária e fraterna fez de mim um homem que não crê na existência de Deus.


“Adão e Eva podiam não pecar, pois foram criados livres, mas preferiram o vício à virtude. Assim pode-se pedir-lhes prestação de contas. Até mesmo fazê-lo pagar. E Deus não deixa de fazê-lo, condenando-os, eles e os seus descendentes, ao pudor, à vergonha, ao trabalho, ao parto com dor, ao sofrimento, ao envelhecimento, à submissão das mulheres aos homens, à dificuldade de toda intersubjetividade sexuada”.


A religião criou o medo como uma forma de convencimento de potenciais seguidores de um ser sobrenatural criado para que com os seus supostos poderes submetesse o homem ao poder terreno, o poder dos homens ricos e poderosos.

Zezinho Barreto é um homem que nunca tolerou e sempre se insurgiu contra o embuste, a mentira, o medo fabricado  e a embromação. 

Dignidade e integridade tem nome: José Barreto de Negreiros 

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