O PMDB
de Michel Temer se distancia do Partido dos Trabalhadores (PT), mas não se afasta
da Operação Lava Jato. O relator da Lava Jato, Teori Zavascki já quebrou o
sigilo sobre a lista do núcleo político do caso, e anunciou a abertura de
inquérito contra 54 envolvidos na Corrupção da Petrobras. A maioria dos nomes
já havia vazado na imprensa, como é o caso dos peemedebistas Eduardo Cunha, Renan
Calheiros e Edison Lobão. O vice-presidente do PMDB, o senador Romero Jucá
(PMDB-RR) também da lista do PGR, Rodrigo Janot.
Eu poderia elencar aqui, mais de uma dezena de motivos,
para justificar a não legitimidade do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) para assumir o governo em substituição ao Partido dos Trabalhadores
(PT), mas me limito a citar apenas um: a participação do PMDB nos dois governos
da presidenta Dilma Rousseff.
No segundo governo da presidenta Dilma Rousseff, o PMDB
participa com o vice-presidente Michel Temer, sete ministérios e mais de 600
cargos no primeiro e segundo escalões. Como pretender o PMDB se apresentar ao
país como uma alterativa ao governo do PT, já que participa desse governo com o
vice-presidente, vários ministros e centenas de cargos? Isso tem nome: cinismo
explicito.
Lula é quem mais torce para que Dilma Rousseff, não
apresente uma emenda à Constituição propondo a redução do seu mandato, o que
impediria o PMDB de assumir o governo e Temer de fazer às reformas necessárias
para tirar o país do atoleiro em que se encontra. Reformas essas que a
sociedade brasileira não aceita e que produzirão grande desgaste ao partido que
deseje implementá-las. Lula quer que Temer assuma o governo e se desgaste para
que ele volte em 2018.
A CPMF, que é uma das formas de se resolver a crise no país, e metade do
tributo vai ser destinado a Estados e municípios, a fim de direcionar o valor
para a saúde, conforme prevê o Orçamento, a expectativa do Governo é de que com
a volta da CPMF seja possível arrecadar mais de R$ 10 bilhões em 2016, caso
seja apresentada como uma ajuda substancial para resolver os problemas de caixa
do futuro governo, se aprovada sob Temer desgastarão o seu eventual governo.
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