quinta-feira, 7 de julho de 2016

A poesia segundo Celso Borges



pária

somos poucos
cada vez menos

somos loucos
cada vez mais

somos além
dessa matéria óbvia
que nos faz dizer
— tá tudo bem.
 urbano

a  tv  ligada  dá  bom  dia
o  site  cedo  me  sitia
e  o  vento  vadio  ventania
no  nu  dilatado
da  vida  vazia

tudo
todo  tempo  parece  em  harmonia
o  carro,  o  cão,   o  mar,  o morro,  o  rato,  a  rodovia

só  a  vida,  quase  morta
viva !
passa  secundária
se  revelando  à  revelia

Antônio Celso Borges Araújo é um poeta e letrista maranhense, nascido em 1959.

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