Nathalia Miliozi
Segundo a
Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o 5º país com maior taxa de
homicídios de mulheres.
Em diversos idiomas e latitudes, mulheres de 57 países realizaram ontem
uma Greve Internacional de Mulheres. Multidões saíram às ruas e, quem
pôde, paralisou atividades produtivas ou domésticas para visibilizar a
importância das múltiplas jornadas de trabalho enfrentadas por nós. Somente no Brasil, a greve – também chamada de Parada Brasileira de
Mulheres – contou com adesão de mais de 80 cidades e 24 capitais
brasileiras. Marchas, piquetes, uso da cor lilás, “apitaço” e conversas entre
mulheres no local de trabalho sobre desigualdades eram outras formas de
apoio.
Para Tati Magalhães, uma das organizadoras da greve em Brasília,
políticas públicas efetivas para impedir o aumento da mortalidade de mulheres,
em sua maioria negras, são pauta urgente. As manifestantes também repudiaram a
reforma da previdência e exigiram o fim do racismo.
Além das motivações conjuntas, os protestos retrataram a diversidade do
Brasil, com reivindicações de mulheres indígenas e quilombolas no Norte por
território e a questão das hidroelétricas que afetam comunidades indígenas e
ribeirinhas em localidades como Altamira.
Para Mariana Bastos, da 8M Brasil, o que aconteceu ontem é só a
ponta do iceberg um movimento muito mais interessante: a construção de
alianças muito potentes ao redor do mundo. "As mulheres
estão se fortalecendo. A gente está trabalhando em conjunção internacional
para tentar deter um avanço conservador internacional, regional e local.”
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