segunda-feira, 13 de março de 2017

A poesia segundo Celso Borges


Matadouro


A baba do boi é do boi
O berro do boi é do boi
A dor do boi é do boi
A morte do boi é do boi

Mas o boi não é do boi
O carro de boi não é do boi
A bosta de boi não é do boi
A língua de boi não é do boi
A costela de boi não é do boi
O chifre de boi não é do boi
O couro de boi não é de boi
A carne de boi não é de boi

Não é do boi o bumba-meu boi

Quase nada é do boi
Quase tudo do boi é do homem
E o que é do homem o bicho não come

Celso Borges é um poeta, letrista e jornalista maranhense

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