sexta-feira, 7 de abril de 2017

A poesia segundo Miguezim de Princesa



Vão-se os anéis, ficam os dedos

I
O processo dormitava
Na gaveta do Supremo.
Não se chegava ao extremo,
Pois ninguém ameaçava.
Quando Calheiros bradava.
Fazia aquilo com medo.
Ameaçou sem segredo
Cortar  grana de juiz,
Marco Aurélio mesmo diz:
Vão-se os anéis, ficam os dedos.
II
Marco Aurélio prolatou:
Renam está afastado
Até que seja julgado
Na Corte que processou.
Com raiva ele desdenhou,
Fez cara de cabra azedo,
O juiz ficou com medo
Do auxílio-moradia,
A liminar foi de dia:
Vão-se os anéis, ficam os dedos.
III
Quando o juiz é ladrão,
A pena é se aposentar,
Na praia vai passear
Pela cruel punição,
Tem auxílio-educação,
Paletó não é segredo,
Seu contracheque é o enredo
De uma pátria sem jeito,
Mas ele bate no peito:
Vão-se os anéis, ficam os dedos!
IV
Férias de 60 dias,
Mil e um penduricalhos
Que mais parecem chocalhos
Animando a freguesia,
Um auxílio-moradia
Pra quem já mora em mansão,
Um auxílio-educação
E um cofre cheio de segredos:
Vão-se os anéis,  ficam os dedos
E viva a nossa Nação!

Miguezim de Princesa ou Miguel Lucena é um poeta, advogado e servidor público, nascido no estado da Paraíba.  

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