Nós não somos uma nação justa, igualitária e humanitária.
Nós somos uma nação dividida entre os muitos ricos e os muitos pobres, o que acabou
criando neste país grandes fossos e barreiras sociais intransponíveis.
De um lado existem verdadeiras ilhas de prosperidades e do
outro lado, verdadeiros oceanos de miséria e de excluídos. Os ricos vivem como
se vivessem em países de primeiro mundo, onde tudo parece perfeito, com as
pessoas vivendo em lugares seguros e com acesso aos melhores produtos e
serviços de educação, saúde e lazer. Já os pobres, esses vivem num ambiente de insegurança
absoluta e sem poder, sequer adquirir alimentos básicos.
Hoje mesmo no município de São Raimundo Nonato, onde uma
crise hídrica ameaça seres humanos e animais, acontecerá o grito do semiárido,
que reunirá a Associação do Quilombo Lagoas; Associações das comunidades do
Morro do Mel; Associação de Agricultores pelo Selo do Produto Orgânico -
APASPI; Caritas Diocesana de São Raimundo Nonato; Comissão Pastoral da Terra -
CPT; Coletivo Antônia Flor - Assessoria Técnica Popular em Direitos Humanos;
Centro Popular de São Raimundo Nonato; COOTAPI & ASSOCIADOS; Comitê de
Controle Social e Políticas Públicas do Território Serra da Capivara; Fórum
Piauiense de Convivência com o Semiárido - FPCSA; Movimento Desperta São
Raimundo; Associação de condutores de Visitantes Ecoturistico da Serra da
Capivara - ACOVESC; Pólo Sindical de São Raimundo Nonato – FETAG, SINDSERM/SRN.
O grito do Semiárido Piauiense luta popular de
agricultores e agricultoras familiares e entidades sociais do Piauí surgiu no
ano de 2011 com a iniciativa da Diocese de São Raimundo Nonato e do Fórum Piauiense
de convivência com Semiárido (FPCSA) de convocar as representações das
paróquias e dos setores pastorais, serviços, movimentos sociais, organizações
não governamentais e organismos da Diocese de São Raimundo Nonato para discutir
as consequências da seca na região. De uma seca que ameaça matar de sede e fome,
seres humanos e animais e impede o cultivo de qualquer cultura agrícola.
Em pleno século XXI os brasileiros pobres e excluídos, sobretudo
da região Nordeste, a mais pobre do país, ainda estão lutando pelo acesso a
água potável. Enquanto isso, os ricos desta região do país vivem como se vivessem
num mundo sem nenhum tipo de problema.
Até quando este país continuará dividido entre os endinheirados
e os pobres, desassistidos e excluídos; os sem nada?
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