quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

.A poesia segundo Oswaldino Marques


Ritornelo dá pureza ameaçada

Minha ingenuidade por onde andas?
Minha menina não me abandones!
Ai! me corrompem as boas maneiras,
Já sei sorrir como um vilão,
Já sei curvar-me como um fantoche.
Hoje abracei um charlatão,
A um papalvo chamei de "mestre",
Já me assino "vosso servo humilde",
Já beijo a mão de imbecis madamas,
Já dobro a espinha como um camareiro.

Minha ingenuidade por onde andas?
Minha menina não me desprezes!

poeta, ensaísta, tradutor e teatrólogo maranhense Oswaldino Marques, viveu e participou de movimentos políticos e literários no Rio de Janeiro até ingressar na Universidade de Brasília. Esteve como professor visitante na Universidade de Michigan, EUA.

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