O título
desta matéria, também poderia ser, “Ainda
há juízes em Berlim”.
Quem já
andava desiludido com o Poder Judiciário, ao assistir a entrevista concedida
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin ao jornalista
Roberto DÀvila, voltou a confiar na Suprema Corte. Com efeito, pelo menos nesse
ministro e nos ministros Luiz Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e
a presidenta do STF, Cármen Lúcia se pode confiar. Poucas
expressões ou frases ilustram com igual força e convicção e a crença na Justiça
para enfrentar a
arbitrariedade, como a
que se lê no primeiro parágrafo deste
artigo. O episódio teria ocorrido no século XVIII e foi narrado por François
Andriex (1759-1833) no conto "O Moleiro de Sans-Souci".
Nessa entrevista, o ministro Edson Fachin, com a lucidez
que lhe é peculiar e o seu sentimento cristão arraigado, falou com a segurança
própria de alguém que tem compromissos para com o seu país e que vê na sua indicação
para ministro da Suprema Corte, um chamamento. Uma convocação que transcende ao
plano material.
O ministro Edson Fachin ao ser instado a opinar sobre
a prisão em segunda instância e sobre o foro privilegiado (prerrogativas de
função), por Roberto DÀvila, não vacilou em defender esse tipo de prisão e o
fim de um privilégio que favorece fundamentalmente aos ricos, que como dispõe
de meios para contratar grandes bancas advocatícias, raramente são presos.
As
posições desse ministro são favoráveis ao Brasil e contra os interesses das elites
políticas e empresarias que estão sendo duramente combatidas pela Operação Lava
Jato. Por uma operação que vem investindo na moralização de um país que foi
sequestrado e saqueado por essas elites. É óbvio que nessas duas elites existem
as honrosas exceções. Ainda bem que existem algumas exceções, porque senão, o
Brasil não teria mais jeito.
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