quarta-feira, 28 de março de 2018

Ah, se todos fossem iguais ao ministro Edson Fachin!


O título desta matéria, também poderia ser, “Ainda há juízes em Berlim”.

Quem já andava desiludido com o Poder Judiciário, ao assistir a entrevista concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin ao jornalista Roberto DÀvila, voltou a confiar na Suprema Corte. Com efeito, pelo menos nesse ministro e nos ministros Luiz Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e a presidenta do STF, Cármen Lúcia se pode confiar. Poucas expressões ou frases ilustram com igual força e convicção e a crença na Justiça para enfrentar a arbitrariedade, como a que se lê no primeiro parágrafo  deste artigo. O episódio teria ocorrido no século XVIII e foi narrado por François Andriex (1759-1833) no conto "O Moleiro de Sans-Souci".

Nessa entrevista, o ministro Edson Fachin, com a lucidez que lhe é peculiar e o seu sentimento cristão arraigado, falou com a segurança própria de alguém que tem compromissos para com o seu país e que vê na sua indicação para ministro da Suprema Corte, um chamamento. Uma convocação que transcende ao plano material.

O ministro Edson Fachin ao ser instado a opinar sobre a prisão em segunda instância e sobre o foro privilegiado (prerrogativas de função), por Roberto DÀvila, não vacilou em defender esse tipo de prisão e o fim de um privilégio que favorece fundamentalmente aos ricos, que como dispõe de meios para contratar grandes bancas advocatícias, raramente são presos.

As posições desse ministro são favoráveis ao Brasil e contra os interesses das elites políticas e empresarias que estão sendo duramente combatidas pela Operação Lava Jato. Por uma operação que vem investindo na moralização de um país que foi sequestrado e saqueado por essas elites. É óbvio que nessas duas elites existem as honrosas exceções. Ainda bem que existem algumas exceções, porque senão, o Brasil não teria mais jeito.  

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