segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Confissão de um rebelde

I

Embora disciplinado,
Eu cresci pra rebeldia:
Correr atrás de folia,
Enfrentar o potentado,
Nunca ser pisoteado,
Nem mesmo por um amor,
Mas em seguida compor
Um poema enamorado,
É lutar sem ser rogado
E rebater com uma flor.

II

Enfrentar a traição
De quem se diz ser amigo,
Entender o inimigo
Com a força da razão;
Do pobre ter compaixão,
Ajudar quem é caído,
Dar o que é merecido
Para quem faz de verdade,
Não cair na falsidade
Do argumento bandido.

III

Me faço desentendido
Para quem pensa que engana,
A esses dou uma banana
Ou me faço mau-ouvido;
Eu só me mostro atrevido
Se for luta de Sansão,
Combato a corrupção
E odeio o mexerico,
Pois quem gosta de fuxico
É porque não tem razão.

IV

Eu aprecio a franqueza
De quem diz que quer lutar
Ou somente aproveitar
Da migalha da riqueza,
Ou mesmo ter a beleza
De um momento de paixão,
Porém, quem monta plantão
No mole, sem trabalhar,
Não merece prosperar,
Pois a Deus não engana, não.

V

Quem quiser a minha andança
Venha apostando em vitória,
Porque só merece a glória
Quem anda com esperança,
Faça da falta bonança,
Transforme o frio em calor,
A apatia em fervor,
Dê um chega na arrogância,
Supere a intolerância,
Transforme o ódio em amor!

Miguezim de Princesa (Miguel Lucena), Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e poeta

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