Diamantes e
Ferrugem
Deus me acuda!
Lá vem seu fantasma de novo.
Mas não é de estranhar;
É só que a lua está cheia
E você resolveu me ligar.
E aqui me vejo sentada,
Telefone na mão,
Escutando uma voz que me cativou
Um par de anos luz atrás
E me jogou direto no abismo.
Se bem me lembro, seus olhos
Eram mais azuis do que ovos de Robin.
Você disse que minha poesia era ruim.
De onde você está ligando?
Uma cabine no meio-oeste.
Dez anos atrás,
Eu comprei para você umas abotoaduras;
Você me deu alguma coisa...
Nós dois sabemos o que as memórias podem
evocar:
Elas devolvem diamantes e ferrugem.
Você detonou no cenário:
Uma lenda viva,
O fenômeno bruto,
O vagabundo original.
Você se perdeu em meus braços
E ali ficou,
Temporariamente perdido no mar.
A Madonna foi sua de graça;
Sim, a garota na meia-concha
O manteria a salvo.
Vejo você agora se levantando,
Com folhas outonais caindo ao redor
E neve em seu cabelo
Agora você está sorrindo na janela
Daquele hotel barato
Sobre Washington Square.
Nossa respiração, como nuvens brancas,
Se funde e flutua no ar...
Falando estritamente por mim,
Podíamos ter morrido juntos, ali e
então.
Agora você vem me dizer
Que não se sente nostálgico.
Então me dê outra palavra para isso,
Você que é tão bom com palavras
E em deixar as coisas no ar,
Porque eu preciso de um pouco desta
indefinição, agora
Que tudo voltou tão claramente.
Sim, eu te amei demais,
E se você está me oferecendo diamantes e
ferrugem,
Já paguei por tudo.
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