Este cartum é de autoria do premiadíssimo cartunista
maranhense Jota A que publica seus cartuns no jornal O Dia de Teresina. |
José Sarney, não está sozinho na galeria dos políticos brasileiros
considerados matreiros, espertalhões, ladinos e espertos. O jornalista Palmeiro
Doria, ao escrever o livro Honoráveis Bandidos, um livro dedicado à família
Sarney, o fez por puro preconceito contra nordestinos e contra um político que
quando caiu na sua trajetória política, caiu pra cima, como costuma-se dizer,
quando nos referimos a alguém que nunca experimentou uma derrota na sua longa e bem sucedida vida pública, porque o que veio
depois do governo do ex-presidente José Sarney, em matéria de escândalos e assaltos
aos cofres públicos, foi digno de um baile da Ilha Fiscal. Com uma única e nada
sutil diferença, o fato de que o baile da Ilha Fiscal foi o último grande baile
da monarquia, enquanto que no pós governo Sarney, os bailes na Nova República se
sucederam, governo após governo. Sob o governo Fernando Collor de Mello, foram
tantos os “bailes” que daria um festival.
Sob o governo Fernando Henrique Cardoso,
além dos bailes grandiosos, houveram às vendas das joias da coroa, leia-se, a venda
por um preço vil dos setores elétrico, telefonia e a venda da Companhia Vale do
Rio Doce. Um governo que esperava-se fosse submetido pelo governo Lula a uma
grande auditoria, o que acabou não acontecendo, porque Lula da Silva, já de caso
pensando esperava contar com a boa vontade e reciprocidade dos seus sucessores.
Nos governos Lula, ficou provado que os petistas levaram a roubalheira às
últimas consequências, ao montar um sofisticado esquema de roubo, como disse o então
procurador geral da república (PGR) Antônio Fernando Souza. O escândalo do
Mensalão, funcionou como um tipo de laboratório para os honoráveis bandidos
petistas. Convém observar que no PT existem também honrosas exceções no que diz
respeito à honorabilidade e respeitabilidade. O escândalo do Petrolão foi a
culminância de um projeto de assalto à república brasileira. Sob Temer, o
Brasil foi transformado num grande balcão de negócios onde a política do toma
lá dá cá e do é dando que se recebe foi levada às últimas consequências.
Não podemos ignorar o hercúleo trabalho do presidente José Sarney
em conduzir o processo de transição e ter que administrar as vaidades de um
Ulisses Guimarães e dos remanescentes de um governo que não aconteceu, liderados
pelo ministro da Justiça, o pernambucano Fernando Lira. Sob o governo José
Sarney o Brasil mergulhou num processo democrático e o povo brasileiro experimentou
o doce sabor de uma democracia plena, onde a liberdade de expressão não foi um simples
recurso retórico.
Não estou aqui fazendo a defesa do político José Sarney, mas reconheço
que o político maranhense José Sarney é um verdadeiro democrata. Se aconteceram
erros no seu governo, não entro nesse mérito, disso já falou Palmeiro Doria,
mas é inegável que José Sarney é o Pelé da política nacional. Defeitos, que não
os tem? Falar da inteligência e da expertise do político José Sarney é como se
diz na gíria, jogar conversa fora. Nenhum político brasileiro foi tão achincalhado,
criticado e depreciado como José Sarney e ele sobreviveu a todos.
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