domingo, 16 de dezembro de 2018

O político que quando caiu, caiu pra cima ou o estadista da Nova República

Este cartum é de autoria do premiadíssimo cartunista maranhense Jota A que publica seus cartuns no jornal O Dia de Teresina.






José Sarney, não está sozinho na galeria dos políticos brasileiros considerados matreiros, espertalhões, ladinos e espertos. O jornalista Palmeiro Doria, ao escrever o livro Honoráveis Bandidos, um livro dedicado à família Sarney, o fez por puro preconceito contra nordestinos e contra um político que quando caiu na sua trajetória política, caiu pra cima, como costuma-se dizer, quando nos referimos a alguém que nunca experimentou uma derrota na sua longa  e bem sucedida vida pública, porque o que veio depois do governo do ex-presidente José Sarney, em matéria de escândalos e assaltos aos cofres públicos, foi digno de um baile da Ilha Fiscal. Com uma única e nada sutil diferença, o fato de que o baile da Ilha Fiscal foi o último grande baile da monarquia, enquanto que no pós governo Sarney, os bailes na Nova República se sucederam, governo após governo. Sob o governo Fernando Collor de Mello, foram tantos os “bailes” que daria um festival. 

Sob o governo Fernando Henrique Cardoso, além dos bailes grandiosos, houveram às vendas das joias da coroa, leia-se, a venda por um preço vil dos setores elétrico, telefonia e a venda da Companhia Vale do Rio Doce. Um governo que esperava-se fosse submetido pelo governo Lula a uma grande auditoria, o que acabou não acontecendo, porque Lula da Silva, já de caso pensando esperava contar com a boa vontade e reciprocidade dos seus sucessores. Nos governos Lula, ficou provado que os petistas levaram a roubalheira às últimas consequências, ao montar um sofisticado esquema de roubo, como disse o então procurador geral da república (PGR) Antônio Fernando Souza. O escândalo do Mensalão, funcionou como um tipo de laboratório para os honoráveis bandidos petistas. Convém observar que no PT existem também honrosas exceções no que diz respeito à honorabilidade e respeitabilidade. O escândalo do Petrolão foi a culminância de um projeto de assalto à república brasileira. Sob Temer, o Brasil foi transformado num grande balcão de negócios onde a política do toma lá dá cá e do é dando que se recebe foi levada às últimas consequências.

Não podemos ignorar o hercúleo trabalho do presidente José Sarney em conduzir o processo de transição e ter que administrar as vaidades de um Ulisses Guimarães e dos remanescentes de um governo que não aconteceu, liderados pelo ministro da Justiça, o pernambucano Fernando Lira. Sob o governo José Sarney o Brasil mergulhou num processo democrático e o povo brasileiro experimentou o doce sabor de uma democracia plena, onde a liberdade de expressão não foi um simples recurso retórico. 

Não estou aqui fazendo a defesa do político José Sarney, mas reconheço que o político maranhense José Sarney é um verdadeiro democrata. Se aconteceram erros no seu governo, não entro nesse mérito, disso já falou Palmeiro Doria, mas é inegável que José Sarney é o Pelé da política nacional. Defeitos, que não os tem? Falar da inteligência e da expertise do político José Sarney é como se diz na gíria, jogar conversa fora. Nenhum político brasileiro foi tão achincalhado, criticado e depreciado como José Sarney e ele sobreviveu a todos.

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