Já são mais de 400 mil assinaturas contra a privatização dos aeroportos de Paris, geridos atualmente pelo grupo ADP. Os quais o Presidente Macron pretende negociar por cerca de €7 mil milhões de euros.
Um abaixo-assinado com proposta de referendo que será apresentado à Assembleia Nacional foi aberto na Internet por um grupo de 248 legisladores da oposição.
Juntando partidos da esquerda e direita e incluindo deputados e senadores, o movimento diz pretender defender o serviço público dos aeroportos capital francesa.
Eric Coquerel, deputado eleito pelo França Insubmissa, considera que o fato de "toda a oposição se exprimir da mesma forma" reflete "a vontade da maioria do povo."
"Num caso como este, quando há um bloqueio para a solução pacífica de um problema, o povo é sempre a solução e nós temos um referendo para isso", acrescentou o deputado da ala esquerda.
Pela direita, Gilles Carrez, dos Republicanos, deu o exemplo de outros parceiros europeus que não abrem mãos dos respetivos aeroportos âncora, como o Charles de Gaulle na França: "Em todos os grandes países com economias liberais, os grandes aeroportos ficam sob controle do Estado. A única exceção é Heathrow (Londres), mas posso dizer-vos que os britânicos já se arrependeram dessa decisão."
"A Holanda, por exemplo, com uma economia muito liberal, tem o aeroporto Schipol sob controle e o Estado, mesmo liberal, não hesita em comprar ações da KLM quando é necessário", acrescentou o republicano.
Emmanuel Macron defende a privatização de parte do ADP e a perda de maioria pública no grupo, decidida em abril, mas admite respeitar a vontade do povo para um referendo sobre o tema se a proposta em curso recolher o apoio necessário para ser apresentada à assembleia.
Entre os apoiantes da proposta de referendo, Martine Louaire, de 60 anos, receia sobretudo, a perda de qualidade do serviço aos consumidores, das condições de trabalho dos funcionários e mesmo o corte de empregos: "Como já vimos com o escândalo da privatização das autoestradas, quando se privatiza, deixa de ser o bem comum a interessar, mas o lucro."
O objetivo da proposta é conseguir 4,7 milhões de assinaturas até 12 de março do próximo ano. Duas semanas após o início do abaixo-assinado, a busca das 400 mil foi ultrapassada. Falta pouco mais de 90 por cento do objetivo. Com Euronews

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