A década de 1960 foi um período rico em vários sentidos no mundo
inteiro. Moda, música, literatura, cinema e teatro, ou seja as artes em geral,
eram as ferramentas mais fortes para as mudanças pelas quais a sociedade
passava. E aqui no Brasil não foi diferente, a Bossa
Nova, a Jovem Guarda e a Tropicália, por exemplo, foram
alguns dos movimentos que sacudiram o país, em todos os sentidos.
Mas….paralelo a tudo isso, e quase na contra mão de um discurso de
libertação, veio o que no início não tinha muito as características de um
movimento, mas acabou ganhando força, as rádios e TV’s de todo o Brasil.
Estamos falando da Pilantragem,
estilo que tinha como porta-vozes Carlos Imperial, Nonato Buzar e Wilson Simonal, um trio cheio de
swing, bom humor e muito talento que conseguiu agregar a sua “causa”, digamos
assim, um time de jovens músicos de peso.
O termo “pilantragem” surgiu entre Carlos
Imperial e Wilson Simonal
nos shows da TV Record. A voz
potente de Simonal, sua simpatia e seu charme
levantavam a plateia, que não resistia ao balanço do moço e ao seu repertório
bem amarrado. Já Imperial, além de suas várias facetas profissionais, era – digamos
assim – um bon vivant de carteirinha. O jeitinho brasileiro ganhou então sua
versão musical. Mas não se iluda os arranjos para piano, sopro, guitarra e voz
eram muito bem elaborados, o ritmo contagiante e as letras pegavam de primeira
nos ouvidos do público. Nascia um samba com uma levada 4X4 e uma pitada soul
que estourou no país inteiro e que até hoje faz qualquer um balançar.
“Nem Vem que não Tem”
,que traz os arranjos de César Camargo Mariano,
foi a faixa que deu o ponta pé inicial em toda essa história e à partir daí
vieram hits como Carango, Mamãe Passou Açúcar
Em Mim, Vesti Azul e Meu Limão Meu Limoeiro.
Mas a Pilantragem não se resumia ao
repertório de Simonal. Nonato Buzar
montou a banda A Turma da Pilantragem
ao lado de Cassiano, Edinho Trindade, Nelsinho da
Mangueira e as cantoras Alda Regina e Regininha. Wagner Tiso e Paulo Moura criaram o Pilantrocratas. Aliás Tiso também participou de outra
banda formada por Carlos Imperial
ao lado de Oberdan Magalhães, A Turma da Pesada.
Se você não conhece muito bem essa Pilantragem, vale à pena uma pesquisa na web, com certeza você vai se pegar cantando várias músicas deste movimento musical. Aqui no Link Sonoro você confere a faixa Nem Vem Que Não Tem.
“Esse Nonato nasceu no Maranhão, de família Libaneza, no começo dos anos 50 foi pro Rio "ser Doutor"; largou a faculdade e foi "pra noite" do Beco das Garrafas. Trabalhou na TV e foi produtor Musical de um monte de gente decente, fez trilhas sonoras pra Globo, foi parceiraço de Torquato Neto. Esse disco, uma raridade do groove nacional, é muito”. (Hamilton Britto)
Nonato Buzar também foi parceiro do humorista cearense Chico Anísio na música Rio Antigo. O maior sucesso de Buzar foi a trilha sonora da novela Irmãos Coragem da Rede Globo.
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