segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A poesia segundo Dilercy Adler

Negação de si


Ela sonhou
sendo beijada
por um estranho
beijo ardente
impregnado de desejos
tamanhos...
desconcertantes[

ela se flagra
olhando um homem
elegante que passa
e que perpassa
nas entrelinhas do seu porte
desejos irreverentes!

ela se compara
com a mulher "séria" que é
sem desejos
sem anseios
sem defeitos
"perfeita" até demais
moldada para ser
propriedade apenas
e nada mais
e aí se envergonha
se apavora
nega a si mesma
e tenta esquecer!

Mulher

Corpo desnudo
sob os lençóis
de cetim
pele sedosa
e incandescente
contornos perfeitos
sob medida
para a gratificação
de olhos ávidos
braços vigorosos
e boca sedenta
de paixão!


Homem

Massa de músculos
e força
quanta potência
emana do teu corpo
teu corpo
que me entontece
estremece
enlouquece
mas também
enternece
com teu doce jeito de ser
menino


Dilercy Adler nasceu em São Vicente Férrer (MA) em 1950. Psicóloga, é Mestra em Educação e Doutora em Ciências Pedagógicas pelo ICCP / Cuba. Atualmente, é professora da Graduação e Pós-Graduação da Universidade Cândido Mendes do Maranhão – UCAM.

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