Que dor! Que saudade sinto
desses montes sem rival,
ouvindo o canto indistinto
que me fala em Portugal!
Ó berço de amores santos,
ó berço de estranha luz,
enxuga-me, agora, os prantos
que verto aos pés de Jesus!
E sonho, se vejo as montanhas
onde a nave estende o véu,
sorrindo as gotas estranhas
do orvalho que vem do céu.
Maranhão, meu solo amado,
que regam águas do Anil,
serás em todos os séculos
— o coração do Brasil.
Se louros tivesse um dia
por estes papéis que fiz,
manda-los-ei com meus beijos
ao povo de São Luis.
Palmeira, verde palmeira,
que tanta beleza encerra,
parece dizer-me ao longe
quanto é doce minha terra.
A atriz Apolônia Pinto Nasceu em São Luís, em 21.6.1854 e faleceu a 24.11.1927, no Rio de Janeiro. Foi a maior atriz brasileira de seu tempo, mulher que nascera para o teatro, num teatro (num camarim do Teatro Artur Azevedo). Sobre ela há um importante estudo de Gastão Pereira da Silva, um livro de Guimarães Martins. Não deixou obra publicada.
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