O nosso destino trágico começa com o parto, pois sucede que ninguém nasce sorrindo, como um presságio do que nos reserva o futuro.
Desde que nascemos as nossas vidas é um verdadeiro rosário de acontecimentos trágicos, com pequenos interregnos daquilo que conhecemos como felicidade.
Durante a juventude e a meia idade o nosso destino trágico é um fardo suportável, mas, quando o envelhecimento se apresenta as doenças vão aparecendo e se multiplicando. Passamos a levar uma vida de achaques, adoecimento.
Na medida em que envelhecemos o nosso corpo vai enfraquecendo - é o nosso corpo passando pelo processo de falência dos órgãos. Em algumas pessoas ocorre falência múltipla dos órgãos.
Com a falência dos órgãos vem o abatimento, o desânimo e a falta de interesse pela vida. Acontece que ninguém pode manter um animo elevado padecendo dores insuportáveis. Quando isso nos acontece, só a fé religiosa consegue nos manter vivo.
Quem como eu não acredita em vida após à morte e numa divindade, no sobrenatural; nas fantasias criadas pelas religiões monoteístas cristãs, só a razão me sustenta.
A religião para quem tem fé, funciona como conforto espiritual. Uma maneira de tornar mais leve o fardo do nosso destino trágico.
Eu não tenho fé e nem quero acreditar numa abstração. Numa invenção do homem.
Tomazia Arouche
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