No Brasil, a corrupção virou rotina. De tão corriqueira a corrupção e o roubo do erário público entre nós são encarados com uma banalidade, com uma naturalidade surpreendente e deveras preocupante. De tão comum entre nós, a corrupção já foi incorporada como cultura no nosso dia a dia.
A impressão que se tem é que as prisões e linchamentos morais decorrentes dos escândalos do mensalão e do petrolão não serviram de lição para políticos e agentes públicos brasileiros, que insistem em seguir na senda da corrupção, como se roubar fosse a coisa mais natural do mundo, porque essa prática está tão enraizada na vida pública brasileira que os bandidos de colarinho branco não temem os órgãos responsáveis pelo combate a uma corrupção endêmica e sistêmica.
Os corruptos no Brasil, diferentemente dos países ricos, ao invés de serem punidos com condenações exemplares, são glorificados e admirados pelas malandragens e espertezas reincidentes. O Congresso Nacional, por exemplo, tem entre os seus membros mais de uma centena de parlamentares respondendo a processos judiciais e mesmo assim, esses políticos que tem contas a ajustar com a justiça, além do mandato, ainda participam da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal e do Senado.
A Operação Lava Jato que ousou redimir este país e salvá-lo de um destino trágico, que cedo ou tarde o Brasil vai ter que se encontrar, está sendo vítima de uma conspiração que visa destruí-la e transformar os seus operadores em bandidos e inimigos da pátria, numa clara e insofismável inversão de valores. Com os bandidos de colarinhos branco, marron ou cinza, sendo transformados em vítimas de vingadores. Com juízes federais, procuradores federais e policiais federais sendo acusados por meliantes de justiceiros. Acusados por bandidos (corruptos) que se uniram para derrotar a única coisa séria que este país produziu em mais de 521 anos de existência.
A Operação Lava Jato que ousou transformar uma nação enxovalhada, desmoralizada, desacreditada e emporcalhada numa nação decente e digna, está sendo vítima de uma tramoia sórdida urdida para matá-la por asfixia e desmoralizar os seus integrantes.
Até aqui, o mal está vencendo o bem e tudo sugere que os inimigos da Operação Lava Jato, que são muitos e que permeiam todo o espectro político e empresarial conseguirão o seu intento. Para tristeza e azar da parte decente da República Federativa do Brasil.
Por Tomazia Arouche
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