Ministros sem autonomia e sem personalidade
O que diferencia o
ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, dos outros ministros
que antecederam o ministro da Saúde Eduardo Pazuello nessa pasta, é o fato de
ele ser muito apegado ao cargo. Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta
e Nelson Teich pediram demissão do cargo por não se sentirem prestigiados e
porque não tinham autonomia. Na opinião desses dois ex-ministros, o ministro da
Saúde de fato é o presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, que tentou
desautorizá-los e sem nenhum constrangimento, desautorizava o general e
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que certa vez ao ser desautorizado
publicamente por Bolsonaro e para não desagradar o seu chefe ao ser questionado
sobre a sua humilhação sofrida, afirmou: “É simples assim: um manda e o outro
obedece”.
A falta de autonomia
dos ministros da Saúde, sob o governo Bolsonaro, foi escancarada pela Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ao confrontar o ministro da Saúde
Marcelo Queiroga no seu depoimento a essa comissão que investiga a carnificina
provocada pelo novo coronavírus que já ceifou a vida de mais de 482 mil
brasileiros e que já infectou mais de 17.210.969 de pessoas.
Diante da constatação
de que o presidente Bolsonaro é de fato o ministro da Saúde, o ministro da
Saúde de direito não passa de alguém que ocupa uma função não por mérito, mas
pela sua capacidade de ser servil e de se subtrair diante da presença do presidente
da república. Os que não aceitaram serem ridicularizados e humilhados por
Bolsonaro, como os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, pediram para
deixar esse ministério.
Na realidade, o
ministro da Saúde anterior e o atual não passam de paus-mandados (pessoas que obedecem a tudo
incondicionalmente, sem objeções, resistência ou protesto) do presidente da
república, porque sem autonomia e sem personalidade. Isso é muito grave, porque
o ministério da Saúde é sem dúvida o mais importante ministério de qualquer
governo e deve ser entregue nas mãos de técnicos da área de saúde e de pessoas
que acreditam no poder e na força da ciência.
O Brasil,
diferentemente dos países ricos e desenvolvidos, com exceção dos EUA, que
sempre apoiaram e aplicaram as medidas restritivas recomendas pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) desde o começo da pandemia da Covid-19 e que hoje
controlam essa pandemia, aos poucos estão voltando a normalidade, enquanto que
países como o Brasil estão cada vez mais mergulhados numa carnificina que neste
país, já ceifou a vida de quase 483 mil e que já infectou quase 18 milhões de
brasileiros.
No Brasil, os
negacionistas que são contra o uso de máscara, o distanciamento social e que
defendem o uso da hidroxicloroquinna como tratamento precoce são os grandes
responsáveis pela tragédia brasileira. Convém lembrar que os negacionistas não
acreditam na ciência.
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