sexta-feira, 11 de junho de 2021

Ministros sem autonomia e sem personalidade

 

 

O que diferencia o ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, dos outros ministros que antecederam o ministro da Saúde Eduardo Pazuello nessa pasta, é o fato de ele ser muito apegado ao cargo. Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich pediram demissão do cargo por não se sentirem prestigiados e porque não tinham autonomia. Na opinião desses dois ex-ministros, o ministro da Saúde de fato é o presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, que tentou desautorizá-los e sem nenhum constrangimento, desautorizava o general e ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que certa vez ao ser desautorizado publicamente por Bolsonaro e para não desagradar o seu chefe ao ser questionado sobre a sua humilhação sofrida, afirmou: “É simples assim: um manda e o outro obedece”.

 

A falta de autonomia dos ministros da Saúde, sob o governo Bolsonaro, foi escancarada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ao confrontar o ministro da Saúde Marcelo Queiroga no seu depoimento a essa comissão que investiga a carnificina provocada pelo novo coronavírus que já ceifou a vida de mais de 482 mil brasileiros e que já infectou mais de 17.210.969 de pessoas.

 

Diante da constatação de que o presidente Bolsonaro é de fato o ministro da Saúde, o ministro da Saúde de direito não passa de alguém que ocupa uma função não por mérito, mas pela sua capacidade de ser servil e de se subtrair diante da presença do presidente da república. Os que não aceitaram serem ridicularizados e humilhados por Bolsonaro, como os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, pediram para deixar esse ministério.  

 

Na realidade, o ministro da Saúde anterior e o atual não passam de paus-mandados (pessoas que obedecem a tudo incondicionalmente, sem objeções, resistência ou protesto) do presidente da república, porque sem autonomia e sem personalidade. Isso é muito grave, porque o ministério da Saúde é sem dúvida o mais importante ministério de qualquer governo e deve ser entregue nas mãos de técnicos da área de saúde e de pessoas que acreditam no poder e na força da ciência.

 

O Brasil, diferentemente dos países ricos e desenvolvidos, com exceção dos EUA, que sempre apoiaram e aplicaram as medidas restritivas recomendas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde o começo da pandemia da Covid-19 e que hoje controlam essa pandemia, aos poucos estão voltando a normalidade, enquanto que países como o Brasil estão cada vez mais mergulhados numa carnificina que neste país, já ceifou a vida de quase 483 mil e que já infectou quase 18 milhões de brasileiros.

 

No Brasil, os negacionistas que são contra o uso de máscara, o distanciamento social e que defendem o uso da hidroxicloroquinna como tratamento precoce são os grandes responsáveis pela tragédia brasileira. Convém lembrar que os negacionistas não acreditam na ciência.

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