A República dos Assassinos, um texto homônimo do livro de autoria do jornalista e dramaturgo Aguinaldo Silva, retrata a banalização da violência no país, que começou com o Esquadrão da Morte, na segunda metade dos anos 1950. Elevada ao status de grande problema nacional, a impunidade esteve no cerne da criação desse grupo de extermínio e uniu policiais, comerciantes, bicheiros, traficantes – e criminosos em geral. O Esquadrão da Morte era visto como um bando de justiceiros.
O Esquadrão da Morte atribuía a si mesmo uma função moralizadora da sociedade: acabar com o banditismo a partir da execução dos delinquentes (na prática, o alvo era sempre o pequeno ladrão, o vilão das classes médias). O Esquadrão da Morte que era formado por bandidos, travestidos de policiais.
As Milícias que hoje dominam o estado do Rio de Janeiro e funcionam como um órgão de “segurança paralelo”, se inspirou no famigerado Esquadrão da Morte. As milícias nos seus primórdios, também atribuía a si, a função de protetora de uma sociedade corrompida e dominada por criminosos. O que não é verdade, uma vez que as milícias disputam espaço com os contraventores do jogo do bicho e narcotraficantes.
As milícias contemporâneas, têm na sua estrutura, os mesmos personagens que formavam o Esquadrão da Morte lá nos idos dos anos 50: Policiais, ex-policiais, comerciantes, bicheiros, traficantes e criminosos comuns que sempre estão na linha de frente da prática de crimes.
Enquanto os criminosos comuns e de baixa categoria na hierarquia do crime organizado operam na retaguarda, os que comandam as milícias, dão as ordens a partir dos seus escritórios que, via de regra, encontram-se instalados nas áreas nobres das cidades em que atuam.
O Brasil é hoje em dia, um país dominado por milicianos, bandidos que acumulam a experiência dos quartéis e a expertise do marginal, adquirida nas ruas no confronto direto com as polícias. Isso significa dizer que o miliciano representa um risco ainda maior para a sociedade, porque a maioria dos grupos de milicianos são formados por ex-policiais que expurgados da corporação ingressam no exército da contravenção.
Ainda bem que no estado do Piauí, nós contamos com policiais que cumprem com os seus deveres e protegem a sociedade. É óbvio que numa cesta que contém frutas, sempre existe uma fruta pobre no meio. Afinal de contas, nada é perfeito!
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