quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Ministros do STJ e STF tem dono?

 

O evangélico André Mendonça, ao ser sabatinado no Senado no dia de ontem (01), defendeu a posse e o uso de armas. Isso significa que esse futuro ministro do Superior Tribunal Federal (STF) é desvinculado do“deus” que ele mesmo prega, porque se acreditasse nele, não defenderia o uso de armas como defesa pessoal.

André Mendonça, aquele que Bolsonaro chamou de “terrivelmente evangélico”, prometeu tudo o que ele entendia como sendo um discurso que iria lhe render os votos de que necessitava para ocupar uma vaga na Suprema Corte. E não deu outra! Os domesticados senadores votaram pela aprovação do preferido do presidente Jair.

O problema de André Mendonca não é ser evangélico, juízes federais podem professar qualquer crença e credo, mas colocar seus valores, muitos já superados pela legislação brasileira, acima da constituição e a serviço dos interesses do presidente Bolsonaro, esse é o problema.

A propósito, a escolha de ministros do STF já deveria ter sido revista e mudado o seu critério, para que os ministros do STF não sejam reconhecidos e identificados pelo nome do dono dos seus mandatos. Daquele que o indicou. Agora ouçam o que disse o presidente da república, Jair Messias: “Hoje tenho 10% de mim no STF”, referindo-se à indicação do ministro Nunes Marques para o STF, que desde que assumiu uma cadeira na Suprema Corte nunca votou contra os interesses do Palácio do Planalto e sempre contra os interesses nacionais. Com aprovação de André Mendonça, tudo sugere que Bolsonaro passará a ter 20% dele no STF.

Nos EUA e nos países que formam a União Europeia, os ministros da Suprema Corte são conhecidos como ministros de Estado. Já no Brasil, os ministros da Suprema Corte são conhecidos como ministro do presidente que o indicou para o tribunal superior.

André Mendonça, além de ser o ministro de Bolsonaro no STF, será também o ministro dos evangélicos neopentecostais: Silas Malafaia, Magno Malta, Valdemiro Santigo, Edir Macedo, R.R Soares e um montão de outros comerciantes da fé e empresários de religiões ou seitas.

Aqui cabe um esclarecimento: as religiões tradicionais, como a igreja Batista, Adventista, Pentecostal, Presbiteriana, Assembleia de Deus e Deus é amor, não podem ser comparadas as igrejas neopentecostais. Por razões óbvias!  

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