Homens sem destino começam a perambular de um lugar para outro, na vã tentativa de encontrarem uma ocupação; qualquer ocupação, capaz de lhes saciar a fome e restituir parte da sua dignidade perdida.
Homens sem esperança caminham por caminhar, consumidos por uma inquietação própria de quem se sente impotente para vencer a mais difícil de todas as batalhas, que é a busca pelo emprego, quando não existe mais mercado de trabalho.
A pior conseqüência para homem desempregado, é que o desemprego pode lhe ameaçar com uma perda radical da sua identidade. Com o desemprego o homem acaba perdendo tudo: a casa, a família e a até a auto-estima.
A derrota desse home que caminha cabisbaixo, não traz segurança para ninguém porque a qualquer momento a sua revolta acabará explodindo de uma forma ou de outra. O homem humilhado, sobretudo, pela falta de oportunidades, é uma fera que vive encurralada dentro do seu próprio eu.
A máquina que não tem alma tornou o homem obsoleto, imprestável, desnecessário e entregue a sua própria sorte. Quem poderá devolver ao homem a sua importância? O próprio homem, ao fazer uma opção necessária e urgente: substituir a máquina pelo homem.
Homem foi expulso da terra, perdeu o seu emprego, não tem pão, não tem moradia; o que lhe resta? O ódio e o desespero - que não são bons conselheiros.
Se pelo menos elas tivessem pão e abrigo!
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