Até bem pouco, quando o capital especulativo ainda inundava o mundo, vivia-se a ilusão de que a maré alta fazia subir todos os barcos.
Descobertas as mandracarias do mercado sem controle, sobreveio a grande seca. E as embarcações jogam ao mar o “fardo”, o “excesso de carga”.
Só nesta segunda (26), o afogamento coletivo atingiu pelo menos 50 mil pessoas.
O número pode passar de 70 mil se considerados os dados sobre emprego divulgados por montadoras de automóveis do Japão.
Tudo isso ocorre sob os olhares atônitos de um sindicalismo fraco e uma esquerda irrelevante.
A Caterpillar, fabricante americana de máquinas para o setor de construção, mandou ao olho da rua, de uma canetada, 20 mil empregados.
Pasmo!
Na Europa, multinacionais e casas bancárias anunciaram que 17.200 empregos serão passados na lâmina.
Estupefação!
A fase de maré baixa chegou também às praias brasileiras. A Fiesp informa que, no mês passado, a indústria paulista lançou ao mar 130 mil vagas.
A federação patronal declara-se surpresa. Imagine-se o assombro dos desempregados. A coisa deve piorar nos próximos meses.
O próprio governo estima que, neste 2009, o Brasil viverá um primeiro trimestre de horrores.
Em meio à atmosfera de borrasca, o único negócio com chance de prosperar talvez seja a fabricação de bóias e botes salva-vidas.
Escrito por Josias de Souza às 18h20
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