Ao participar de um seminário em Fortaleza sobre a crise econômica, promovido pela Assembléia Legislativa do Estado do ceará, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochamm, fez um diagnóstico da crise financeira internacional e finalizou a sua palestra chamando a atenção dos presentes - não mais para a crise, mas para o pós crise.
Como essa crise é sistêmica e global, ela deve ser pensada e tratada sob novos prismas, sem que todos os países participem conjuntamente da busca de soluções. Agir isoladamente não ajuda em nada a resolver uma crise que é de mercado, de crédito e, sobretudo de falta de confiança num modelo econômico que se revelou incapaz de lidar com uma crise que contaminou todos os mercados. O seu pensamento caminha nessa perspectiva.
Fora a palestra proferida pelo economista Márcio Pochmann, que foi muito rica de conteúdo e até certo ponto inquietante, pela maneira objetiva e revestida de um tom de gravidade que se não assustou os presentes a esse seminário, pelo menos, plantou uma semente de inquietação na consciência de um público formado, quase que na sua totalidade por políticos, uma classe que via de regra, não encara a coisa pública, como algo que deve ser tratado com muita seriedade.
Essa iniciativa da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará em realizar um seminário onde fosse discutido um assunto que está na ordem do dia, deve ser imitado por todos os estados da federação, de modo a que seja formada uma consciência nacional de que para sairmos dessa grave crise financeira, se faz necessário um entendimento de todas as forças vivas da nossa sociedade.
Essa crise, segundo o economista Marcio Pochmann, desmonta todos os paradigmas de uma política econômica que precisa ser revista, pela sua caducidade e incapacidade em se adaptar aos novos tempos. (Leão Arouche Neto)
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