quinta-feira, 23 de abril de 2009

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos

Não deu outra: aquilo que o jornalista Expedito Filho da revista Veja suspeitava, acabou acontecendo. O deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA), antes que as investigações batessem às portas do Palácio da Alvorada, apresentou o seu relatório final, sem ouvir o ministro Mangabeira Unger, tido por todos e apontado pelo delegado Protógenes Queiroz, como uma pessoa muito próxima ao banqueiro Daniel Dantas, preso pela Operação Satiagraha.

O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) apresentou hoje (23) o relatório final da CPI dos Grampos, da Câmara dos Deputados. Como já era esperado, Pellegrino não pediu o indiciamento dos principais investigados; o delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz, ex-chefe da Operação Satiagraha; o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda; e o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity.

Segundo o relator, “não existem indícios de supostos crimes cometidos por Dantas, Protógenes ou Lacerda, que justifiquem a recomendação dos seus indiciamentos ao Ministério Público”. Pellegrino sugeriu o indiciamento de quatro pessoas, entre elas um delegado e dois policiais suspeitos de interceptação telefônica clandestina. O primeiro é o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo. Pellegrino também sugeriu o indiciamento da delegada Eneida Taguary; do detetive particular Eloy Ferreira Lacerda; e do policial civil de São Paulo Augusto Pena.

No relatório final da CPI, Pellegrino também não apontou os responsáveis pelos grampos que flagraram conversa do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. (CH)

Esse relatório final apresentado pela CPI dos Grampos, foi feito sob encomenda, para salvar a pele de todos os envolvidos na Operação Satiagraha; uns por saberem demais e outros por terem poder demais. Em resumo: ficou bom para todos e, com esse resultado surpreendente o banqueiro Daniel Dantas, não tem mais com o que se preocupar e os delegados Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda, também.

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