terça-feira, 7 de abril de 2009

Pesquisadores da UFMA usam soja para reposição hormonal

A menopausa ou climatério começa geralmente a partir dos 45 anos e consiste na baixa produção dos hormônios femininos estrógeno e progesterona. Na tentativa de aliviar os principais sintomas, como suores noturnos, calor excessivo e perda de massa óssea, as mulheres buscam as terapias de reposição hormonal.

Pesquisa realizada por estudiosos da Universidade Federal do Maranhão com apoio da Fapema analisa a utilização de compostos a base de vegetais nesse processo, especialmente a soja. O estudo é intitulado “Efeitos das isoflavonas de soja estroprogestativas na terapia de reposição hormonal em ratas oforectomizadas”.

A equipe é coordenada pela professora do Departamento de Farmácia, Marilene Oliveira da Rocha, e é composta pela mestranda Paula Lauandi e os estudantes de iniciação científica Franciele Spada, Paulo Barros, Luciely Batista e Luciana Castro, que investigaram os efeitos do uso crônico de isoflavonas presentes no gérmen de soja como terapia de reposição hormonal em ratas submetidas à cirurgia de retirada de ovários, a chamada oforectomização.

Os testes foram realizados em 40 ratas adultas da espécie Rattus norvegicus, linhagem Wistar, que foram distribuídas em quatro grupos de observações. No primeiro grupo, as ratas não foram oforectomizadas. No segundo, as fêmeas receberam cápsulas de estrogênio conjugado. No terceiro, os animais foram tratados com isoflavonas de soja na dose 10mg/kg. No último grupo, os animais foram operados e não foram submetidos a nenhuma terapia.

Todos esses procedimentos foram realizados durante seis meses, acompanhando alterações de caráter hormonal, cardiovascular e bioquímico nas ratas, através da coleta de material. A equipe foi uma das primeiras a trabalhar com essa substância por tão longo prazo.

Os principais efeitos observados nos animais submetidos à terapia à base de isoflavonas de soja, reagindo à situação de baixa hormonal induzida pela oforectomização foram:

- Redução da pressão arterial, normalizando a função vascular desses animais, que havia sido alterada pela cirurgia;

- Maturação celular do epitélio vaginal, que sofreu ressecamento com a baixa hormonal;

- Manteve as taxas de HDL (bom colesterol) elevadas após a oforectomização, normalizando parcialmente o peso corporal de ratas, adquirido pela retirada dos ovários.

Outro dado importante é a ausência de alterações bioquímicas, mostrando que as isoflavonas não tiveram efeito tóxico. Segundo Franciele Spada, graduanda participante da pesquisa, os resultados são animadores. “As conclusões mostram que a dose de 10mg/kg é segura, mas devem ser feitos mais estudos dentro dos potenciais níveis benéficos das isoflavonas. Como qualquer novo tratamento, ele exige cautela e monitoramento adequado”.

O trabalho desenvolvido pelo grupo representa uma contribuição importante para consolidação do uso de fitohormônios na reposição hormonal, proporcionando maior qualidade de vida às mulheres em fase de climatério. O grupo está desenvolvendo atualmente outra pesquisa, com animais da mesma espécie de uma linhagem diferente, espontaneamente hipertensos. (Da Ascom / UFMA)

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