O Brasil do início de século XXI, passa pelo seu pior momento em termos de valores morais, a partir do momento em que o brasileiro optou por substituir a Lei Moral pela Lei da Vantagem. A partir daí, o que se vê é uma nação sendo consumida por um individualismo, que se sobrepõe ao sentido coletivo, o que descaracteriza um país.
Na década de 70, a propaganda através de um comercial de cigarro estrelado pelo jogador Gerson, onde ele dizia: "o correto é levar vantagem em tudo", a cultura da esperteza, passou a ser vista como o meio mais eficaz para o brasileiro conquistar a riqueza e o sucesso sem fazer muito esforço. De lá prá cá, o Brasil foi se degenerando, a tal ponto que os valores morais passaram a serem vistos como algo fora de moda e de propósito. É óbvio que essa propaganda é apenas um ingrediente a mais nesse nosso caldo de cultura que favorece a cultura da imoralidade levada às últimas consequências.
O lado mais visível dessa nossa inversão de valores, se percebe no comportamento aético das nossas maiores autoridades, que a todo o momento estão sendo envolvidas em corrupção, o que acaba sempre repercutindo de forma indecorosa no seio de uma sociedade que sente e percebe o rumo para onde caminha a sua pátria, mas não reage e acaba aceitando como normal um comportamento condenável e danoso para todo o conjunto da sociedade.
Quando um político constrói um Castelo no valor de R$ 20 bilhões, sem que a sua riqueza tenha a sua origem no trabalho e os seus pares tentam a todo custo protegê-lo, numa ação corporativa que revela as mazelas de um poder que existe para zelar e proteger o patrimônio público, mas que prefere compactuar, chega-se facilmente a conclusão que a bandalheira foi institucionalizada no país.
O brasileiro médio ao abrir pela manhã os jornais e ao se deparar com uma notícia dando conta de que ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), desembargadores e juízes trabalhistas acabam de participar de um encontro no resort, cuja diária média é de R$ 798, tudo patrocinado pela Federação dos Bancos Brasileiros (FEBRABAM), sem grandes esforços ele chega logo a uma conclusão: que a corrupção no Brasil circula nas veias da nação.
Só esses exemplos são emblemáticos o suficiente para que tenhamos uma compreensão exata do que verdadeiramente se passa neste país, onde ser honesto é hoje coisa do passado e que o que continua prevalecendo é a lei do Gerson.
A violência comum, praticada invariavelmente por pessoas excluídas e renegadas pelo poder público, é um problema mínimo e de fácil solução, porque o problema maior está lá na esfera superior, no andar de cima.
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