quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cafeteira paga condomínio em São luís com verba do Senado

POR HUDSON CORRÊA
Enviado especial a São Luís

O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) pagou com verba indenizatória do Senado o condomínio do edifício Granville onde tem um apartamento em São Luís (MA). O pagamento foi registrado na prestação de contas como despesa com "aluguel de imóveis para escritório político, compreendendo despesas concernentes a eles".

Conforme o próprio gabinete do senador, o escritório funciona em uma sala de outro edifício na capital maranhense, cujo condomínio, de R$ 288, também é pago pelo Senado.

O recém-lançado site da transparência do Senado (www.senado.gov.br/sf/portaltransparencia) aponta que foram pagos R$ 1.835 em abril e R$ 2.075 em maio ao condomínio do edifício Granville.

Em meses anteriores, o Senado não detalhava quais empresas ou pessoas recebiam dinheiro referente à verba. Por isso, não é possível saber se houve outros pagamentos.

A verba indenizatória, de R$ 15 mil por mês, é usada para reembolsar despesas como aluguel de escritórios nos estados, combustível e divulgação da atividade parlamentar. (Portal da Transparência)

Aliado de José Sarney (PMDB-AP), Cafeteira é um dos personagens da crise pela qual passa o Senado. João Fernando Michels Gonçalves Sarney, 22, neto do peemedebista, foi exonerado do gabinete dele em 2 de outubro de 2008, mas a publicação do ato de exoneração só ocorreu em 16 de abril de 2009. João Fernando recebia R$ 7.600.

Em São Luís, a Folha recebeu de um funcionário do edifício Granville a informação de que no local não funciona nenhum escritório de Cafeteira.

"Aqui é o apartamento dele. Ele não vem aqui. Só aparece uma moça para limpar na sexta", disse o funcionário.

Procurado, Cafeteira primeiro disse que o apartamento, cujo valor declarado à Justiça Eleitoral é R$ 114,2 mil, também serve como seu escritório. "Vocês [da imprensa] estão procurando coisas ruins."

Depois, afirmou que numa emergência usou o apartamento como escritório em maio.

Cafeteira: cerca de R$ 2 mil mensais pagos com verba pública

Em Tempo:

"Restabeleçam a moralidade pública ou todos se locupletem" (Capistrano de Abreu)

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