quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hospital Universitário da UFMA recebe prêmio de 1º lugar

A pesquisa vencedora mostra a redução de utilização do cateter em relação a fistula na utilização da hemodiálise

Através de um trabalho multiprofissional, o Hospital Universitário da UFMA (HUUFMA)foi vitorioso em sua participação, nos dias 28 e 29 de maio, do 3º Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Acesso Vascular para Hemodiálise, com o trabalho científico: “Relato de experiência: Atendimento multiprofissional para confecção de acesso definitivo para hemodiálise”, apresentado pela enfermeira do Serviço de Nefrologia do HUUFMA, Giselle Andrade dos Santos Silva, em São Paulo.

O trabalho, que recebeu o prêmio de 1º lugar, foi elaborado pelo Serviço de Nefrologia, que é formado por enfermeiros, assistentes sociais, médicos, psicólogos, nutricionistas e terapeuta ocupacional.

“Este prêmio foi possível pelo trabalho assíduo da equipe de profissionais no Serviço de Nefrologia que tivemos, e também devido a inserção do cirurgião vascular na equipe que foi dedicado e/ou comprometido para a confecção do acesso vascular definitivo, e melhorar a qualidade de vida do paciente”, afirma Giselle Andrade.

A pesquisa teve por objetivo descrever a experiência do atendimento multiprofissional, implantado desde 2008, aos pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DRC) em tratamento hemodialítico e pacientes de tratamento conservador em acompanhamento no Serviço de Nefrologia de um Hospital Universitário com indicação de confecção de acesso definitivo.

O acesso vascular é necessário ao paciente com DRC, tendo em vista que todo paciente sem condições de acesso deve ser considerado um paciente de alto risco de mortalidade. Portanto, “cuidados com o acesso” é uma preocupação constante da equipe multiprofissional, do paciente e da família.



A metodologia do trabalho apresentado defende a ideia de que os pacientes portadores de DRC no ambulatório e em Terapia Renal Substitutiva com indicação de confecção de fístula arteriovenosa (acesso da veia para hemodiálise) são encaminhados para uma consulta com o cirurgião vascular para viabilizar a possibilidade do acesso. Após a avaliação é feita a programação e agendamento da confecção da fístula, que solicita então, a internação, quando necessário, do paciente em parceria com o Serviço de Assistência Social do HUUFMA.

No 1º dia pós-operatório o enfermeiro realiza o curativo da fístula, e verifica o funcionamento da mesma, faz as orientações quanto aos cuidados que deve ter e os exercícios necessários. Além da distribuição de folder explicativo para o paciente, mostrando os cuidados que estes devem ter com o uso da fístula. A avaliação do acesso definitivo para o tratamento hemodialítico é constante e quando há disfunção do acesso, o médico nefrologista solicita a reavaliação da fístula pelo cirurgião vascular.


Giselle Andrade recebendo premiação do Presidente do Congresso, Fábio Linarde

O resultado final da pesquisa foi a implantação do protocolo de atendimento para confecção de acesso venoso definitivo para hemodiálise, que evidenciou a redução nos indicadores: com taxa anual nos pacientes em uso de Cateter de Duplo-Lúmen (CDL) sendo de 33,66% em 2007, 20,74% em 2008 e 13,82% em 2009; e a proporção de pacientes em uso por mais três meses de CDL em 2007 foi 8%, em 2008 foi 5,44% e em 2009 foi 3,2 %.

“Com a abordagem multiprofissional obtivemos uma redução significativa nos indicadores de taxa anual de pacientes, e a proporção por mais de três meses, ambos em uso de CDL, além da confecção do acesso venoso definitivo nos pacientes em seguimento ambulatorial, o que propicia melhoria na adesão ao tratamento, na autoestima e conseqüentemente na qualidade de vida destes pacientes”, finalizou Giselle Andrade na apresentação do trabalho científico.

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