segunda-feira, 14 de junho de 2010
Não basta apenas ser simpática é preciso justificar
A candidata do Partido Verde (PV) Marina Silva é quase uma unanimidade nacional. Pois todos concordam num ponto, que ela é a candidata mais simpática, afável e muito generosa na hora de falar sobre seus adversários políticos, como ao discursar na convenção do seu partido que homologou o seu nome como candidata a presidência da república, ao elogiar tanto FHC como Lula. Ela faz questão de passar a imagem de uma mulher cristã, que ama a todos sem distinção.
A postura que vem sendo adotada por Marina Silva é claro que tem o seu lado positivo, porque não cria nenhum tipo de aresta com os seus adversários, que ficam cheios de dedos, na hora de criticá-la. Mas isso também a impede de estabelecer diferenças entra a sua candidatura e a candidatura dos seus adversários, que se não fossem imperfeitos, não existiria nenhum motivo para ela se candidatar, já que Serra e Dilma são pessoas sérias e competentes.
Os eleitores que apóiam a sua principal causa que é a sua luta em defesa do meio ambiente, são os que hoje lhe asseguram esses pontos que oscilam entre 7 e 10% na preferência do eleitor, como que convenhamos é muito pouco para quem deseja liderar as pesquisas e ir para o segundo turno. Sendo assim, o que a candidata verde tem que fazer para romper essa faixa dos 10%? Ser mais aguerrida, elevar o tom do seu discurso e, sobretudo, procurar a todo o momento justificar a sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT), porque sem essa justificativa a sua candidatura perde todo o sentido.
O Brasil inteiro sabe que Marina Silva deixou o PT foi por discordar da ex-ministra Dilma Rousseff e de Lula, que na hora mais necessária optou por apoiar essa que hoje é a candidata do PT a presidência da república. Porque então, todo esse pudor de Marina Silva em revelar para todo o país os defeitos da petista Dilma e os motivos que a levaram a abandonar o partido que ela ajudou a construir? Ou Marina Silva muda radicalmente o seu discurso ou a sua candidatura estará fadada ao fracasso.
Marina Silva que pode começar falando e explicando o ingresso de Dilma no Partido dos Trabalhadores (PT), em 2001, quando a primeira vitória de Lula já se desenhava. Assim é muito fácil se ingressar num partido, quando as perspectivas de poder já são visíveis aolho nu.
Há momentos uma disputa política que é preciso endurecer, mas sem perder a ternura jamais, como dizia Che.
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